Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

1889

 

Autor do Livro:

Laurentino Gomes

 

Editora, ano de publicação:

Globo Livro, 2013

 

Relação dos capítulos

  1. O Príncipe e o Astronauta;
  2. O Golpe;
  3. O Império Tropical;
  4. A Miragem;
  5. Dom Pedro II;
  6. O Século das Luzes;
  7. Os Republicanos;
  8. A Mocidade Militar;
  9. A Chama nos Quartéis;
  10. O Marechal;
  11. O Professor;
  12. Os Abolicionistas;
  13. A Redentora;
  14. O Imperador Cansado;
  15. O Baile;
  16. A Queda;
  17. O Adeus;
  18. Os Bestializados;
  19. Ordem e Progresso;
  20. O Difícil Começo;
  21. A Roda da Fortuna;
  22. O Caboclo do Norte;
  23. Paixão e Morte;
  24. O Desafio.

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

Linha do Tempo: Alguns acontecimentos, ideias e invenções que marcaram o Brasil e o mundo na época da Proclamação da República, desde 1869, na Guerra do Paraguai até 1898, quando o presidente Campos Salles inicia a Política dos Governadores.

Introdução: O objetivo do livro é trazer à tona pormenores que não foram explorados por historiadores, mas que tem a sua devida importância no cenário histórico e político do Brasil.

1. O Príncipe e o Astronauta

Este capítulo retrata o momento em que um navio da Marinha Brasileira estava fazendo uma rota de volta ao mundo e recebe a notícia de que o Império havia caído, dando lugar à República. Além disso, os comandantes passaram por um problema: o Príncipe Dom Augusto estava a bordo, uma das figuras importantes para a sucessão do trono. Com o acontecido, Dom Augusto teve que desembarcar no próximo porto, perdendo seu posto de segundo-tenente. Situação embaraçosa.

2. O Golpe

Desenvolvimento e bastidores de como se deram os trâmites para o golpe no Império. Mostra como foi desorganizada e cheia de incertezas essa questão, pois algumas figuras que estavam à frente, mal sabiam se instituiriam a República ou não.

3. O Império Tropical

Apanhado geral de como era o Brasil naquela época, desde a Guerra do Paraguai, a população no Rio de Janeiro (atual capital) aumentando exponencialmente, os lucros com o café, a abolição da escravatura, a Revolução Farroupilha, etc.

4. A Miragem

Tal capítulo mostra como todas as relações eram voltadas e direcionadas para um jogo de interesses. Títulos perante à sociedade eram muito valiosos, mas isto ficou tão banalizado que bastava pagar certa quantia ao Império que automaticamente se obteria a titulação desejada.

5. Dom Pedro II

História do Imperador Dom Pedro II, desde sua infância regrada, com horário para tudo, a fuga inesperada do pai, deixando-o sozinho em plena adolescência e com a missão de dirigir o país, passando pelos dilemas da administração, até o seu derradeiro fim e o desejo de ter sido o primeiro presidente do Brasil.

6. O Século das Luzes

Desenvolvimento mundial neste século, nos seguintes ramos: ciência e tecnologia, literatura, pintura, música e filosofia.

7. Os Republicanos

Traz no texto o discurso dos Republicanos que queriam a morte da Família Real caso resistissem ao golpe. Além disso, mostra que devido à fraca audiência, tiveram que recorrer ao Exército para conseguirem colocar em prática seus planos, mas sem as mortes.

8. A Mocidade Militar

Foi na mocidade militar que surgiram as primeiras discussões sobre a República. Lá estiveram figuras importantes, como Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, os dois primeiros Presidentes da República.

9. A Chama nos Quartéis

Este capítulo retrata uma série de conflitos envolvendo o Exército e o Império e que levou ao golpe contra a Monarquia, destronando toda a Família Imperial Brasileira.

10. O Marechal

História de Deodoro da Fonseca que era crítico da República e defensor da Monarquia, mas devido a um conflito de interesses, mudou sua visão repentinamente, e apoiado por republicanos e o Exército, assumiu o cargo de primeiro presidente.

11. O Professor

História de Benjamin Constant, uma das principais figuras na Proclamação da República. Um professor que na época da Proclamação não teve tanto destaque, sendo injustiçado por sua luta.

12. Os Abolicionistas

Luta histórica de várias pessoas em prol da abolição da escravatura, dentre elas uma das figuras que simbolizam esse marco, a Princesa Isabel, filha de Dom Pedro II.

13. A Redentora

História da Princesa Isabel e de como os políticos e outras instituições orquestraram a sua queda, juntamente com sua família, pelo interesse na causa da República e pelos lucros que obteriam com tais atos.

14. O Imperador Cansado

Confrontado com o avanço dos republicanos e a indisciplina nos quartéis devido à questão Militar, além de estar velho e cansado, Dom Pedro não teve forças para reagir e segurar o Império no Poder.

15. O Baile

Último Baile do Império um dia antes da queda da Monarquia. Ficou registrado e marcado como o último evento de gala e pompa antes da entrada da República.

16. A Queda

Dom Pedro II não acreditou quando foi anunciado a ele o golpe contra a Monarquia, alegando que isto não ia dar em nada, no entanto, o plano foi lavado a sério até o fim e em pouco tempo ele e sua família foram deportados para a Europa.

17. O Adeus

Dom Pedro e sua família saíram do Brasil, quase como seu avô Dom João saiu de Portugal em 1808: escapando do perigo iminente. No entanto, com a promessa de um dia voltar para o país, algo que não aconteceu, o que o deixava muito triste.

18. Os Bestializados

Assim como não houve resistência por parte da Família Real em relação ao golpe, o mesmo aconteceu relacionado à população. Em alguns momentos surgiram pequenos grupos que foram abafados pela fraca união e interesse nesse sistema de governo.

19. Ordem e Progresso

Uma vez proclamada a República, as primeiras providências foram redesenhar parte da geografia brasileira, como nomes de ruas, praças, escolas, e claro, a nova bandeira nacional.

20. O Difícil Começo

Os 15 meses de governo provisório foram voltados para atividades legislativas e ainda foram enfrentadas algumas dificuldades, como a falta de pessoas capacitadas para ocupar os novos postos administrativos.

21. A Roda da Fortuna

Em 1890, vários editais saíam nos jornais anunciando grandes investimentos em terras brasileiras e convidando o povo a participar, mas a maioria desses projetos era engano, truque para roubar dinheiro das pessoas mais desavisadas e isso afetou até mesmo o governo.

22. O Caboclo do Norte

Não resistindo à pressão e enfermo, Deodoro da Fonseca renunciou em 1891, dando lugar ao seu vice, Floriano Peixoto, que governou com dureza, o que gerou um clima tenso entre as demais autoridades políticas, gerando até um movimento para tirá-lo do poder, mas ele foi até o final, sempre se intitulando de vice-presidente.

23. Paixão e Morte

Resumo das lutas que ocorreram entre pessoas que apoiavam ou não o governo, como por exemplo a batalha que havia no Rio Grande do Sul, dos legalistas (pica-paus), que apoiavam Floriano Peixoto, contra os rebeldes federalistas (maragatos).

24. O Desafio

Prudente de Morais, o primeiro presidente civil, não foi nem recepcionado por Floriano Peixoto, que deveria lhe passar a “faixa”. Não teve sequer cerimônia de posse. Essa foi uma pitada do que Prudente encontraria pela frente governando o Brasil: sérias dificuldades, conflitos de interesses e desorganização em geral.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

O livro, bem como a série como um todo (1808, 1822 e 1889), relata momentos de suma importância a respeito de eventos históricos no Brasil e que infelizmente não são aprofundados nos bancos escolares.

Nesta obra é possível perceber que apesar da mudança no regime governamental do país, saindo de uma colônia, passando a ser império, depois se tornando república governada por marechais e posteriormente civis, a maneira de conduzir o país basicamente foi a mesma, ou seja, houve um padrão, um modo repetitivo de ser liderado, baseado em algumas premissas, a destacar: Conflitos de interesses, governo voltado para uma parcela muito pequena da população, deixando o povo à mercê da sorte, corrupção, investimentos inadequados.

Foi possível perceber também que a vontade de mudar o rumo do país aconteceu inúmeras vezes, mas a falta de avaliação e consciência do que se estava fazendo foi cegada em sua maioria pela inabilidade e o aproveitamento da situação por mãos que não obtiveram sucesso na condução da nação.

A reflexão de tal leitura traz a preocupação de como permitimos há séculos sermos comandados em geral de maneira repetida, mudando apenas a “casca” que cobre a forma de governo, mas tudo continua da mesma forma. Ao final, vem à minha mente a letra da canção “Autor Desconhecido”, da banda Rosa de Saron, “Se o povo não conhece a sua história, está condenada a repeti-la”. Ou seja, ter consciência do modo como somos governados, nos dá uma ideia de como podemos tomar ações para mudarmos nossa postura frente ao que acontece em nossa nação.

Curitiba, 01 de dezembro de 2015.