Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

Comer, rezar, amar

 

Autor do Livro:

Elizabeth Gilbert

 

Editora, ano de publicação:

Objetiva, 2008

 

INTRODUÇÃO

Este livro conta-nos as experiências vividas pela autora na viagem que realizou pela Itália, Índia e indonésia na busca de seu equilíbrio. Foi escrito seguindo o modelo do cordão de contas usado pelos indianos para se concentrarem durante a meditação ritual chamado Japa Malas. Este é formado por 108 contas. A autora dividiu, então, o relato de sua história em 108 capítulos, divididos em três partes de 36 histórias, correspondentes a cada país pelo qual passou. A decisão de ficar fora de seu país por um ano foi tomada num momento em que sentia que sua vida estava despedaçada após um difícil divórcio, seguido de outro relacionamento amoroso complicado que a levaram a ter uma crise de identidade. A forma como tentou resolver suas crises emocionais e a depressão em que mergulhou foi, inicialmente, aprender italiano e ter uma mentora espiritual. Nesta época conheceu uma guru indiana que a motivou a ir passar uma temporada num ashram na Índia. Uma viagem a trabalho a Indonésia e o contato com um xamã balinês solidificaram seu desejo de ter uma experiência duradoura de Deus. Desta forma foi tomando corpo a decisão de ir à Itália para aprender italiano e vivenciar a cultura do prazer e da beleza, à Índia para se dedicar à meditação e às preces num ashram e a Indonésia onde pretendia encontrar o equilíbrio entre os prazeres do mundo e a transcendência divina.

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

1ª  PARTE: ITÁLIA

Na parte do livro dedicada à Itália, Elizabeth nos conta 36 histórias sobre sua busca do prazer. Ela selecionou dois prazeres principais aos quais queria se entregar: comer e falar. Durante quatro meses ela praticou o italiano com um belo rapaz que procurava alguém para um intercâmbio de línguas, em leituras diárias, conversas na rua e aulas numa escola de idiomas. Elizabeth fez amigos na Itália com os quais compartilhou muitos momentos de prazer à mesa, ingeriu enormes quantidades de queijo, massa, pão, vinho, chocolate e pizza que a fizeram engordar 10 quilos.
Segundo ela, a quantidade de prazer que obteve desse comer e falar foi incomensurável e ao mesmo tempo muito simples. Apreciar o prazer durante os quatro meses em que esteve na Itália ajudou Elizabeth a se recuperar, a se expandir como pessoa e a experimentar novamente a felicidade.

2ª PARTE: ÍNDIA

Os meses que Elizabeth viveu na Índia foram inteiramente voltados para a devoção. Seu dia no ashram começava as 3/4 horas da manhã e era dividido em horas dedicadas à meditação e outras em que tinha a tarefa de lavar o chão do templo. No início ela teve grande dificuldade em aquietar a sua mente e se entregar à meditação, bem como entoar um cântico de 182 versos chamado Gurugita, cujo ritual durava cerca de 1 hora e meia. A sua dedicação às preces, a evolução de suas experiências na caverna de meditação, a prática do cântico, o contato com amigos que fez no ashram e os aprendizados que realizou, tudo isto a levou a ter experiências transcedentais, a experimentar um intenso contentamento e a se sentir num verdadeiro encontro com a divindade.

3ª PARTE: INDONÉSIA

A estadia na Indonésia iniciou-se sem uma programação prévia bem definida. Após se instalar em Ubud, Elizabeth foi a procura do xamã, Ketut Liyer. Suas tardes, a partir de então, foram passadas com ele numa troca em que ela lhe ensinava inglês, lhe dava informações sobre o mundo e aprendia meditação, observava-o no seu trabalho como curandeiro e desfrutava de sua sabedoria. Neste período Elizabeth também conheceu, em Bali, outras pessoas que foram muito significativas para ela. Yudhi era de Java e já havia morado nos Estados Unidos, amava este país mas foi deportado após o 11 de Setembro, suspeito de ser terrorista. Com ele Elizabeth fez uma viagem de carro por Bali à moda americana. Quando foi atropelada por um ônibus e sofreu um corte profundo no joelho, ela conheceu Wayan, uma xamã que tratou o seu joelho infeccionado. Wayan tinha uma lojinha chamada “Centro de Cura Balinês Tradicional”. Elas desenvolveram uma profunda amizade. Todas as manhãs de Liz eram passadas na loja, conversando, rindo e comendo com Wayan. Sensibilizada com a situação financeira e a falta de um lugar definitivo para morar de sua nova amiga, Elizabeth fez uma campanha, via internet, entre seus amigos e conseguiu arrecadar dinheiro suficiente para a compra de uma casa onde Wayan pudesse viver em segurança com sua filha Tutti e estabelecer sua loja definitivamente. Num jantar que foi como convidada de Armênia, uma amiga que conheceu na loja de Wayan, Elizabeth foi apresentada ao brasileiro Felipe com quem ela teve um feliz caso amoroso. A temporada na Indonésia foi devidamente encerrada com uma visita a uma linda ilhazinha tropical chamada Gili Meno junto com o namorado Felipe.

As experiências que teve na Indonésia deram a Elizabeth a certeza de ter encontrado naturalmente o equilíbrio que foi procurar, sentir sua própria paz e a sensação de contentamento. Ao mesmo tempo, pode se entregar novamente ao prazer e à paixão de um relacionamento amoroso.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

De uma forma bastante pessoal e coloquial a autora nos expõe, neste livro, seus pensamentos, sentimentos e dores, as reflexões que fez e a busca pelo crescimento pessoal e espiritual, ao qual se entregou de corpo e alma. A forma como escreve me fez ter a sensação de a estar ouvindo numa conversa agradável e informal mas, ao mesmo tempo, com possibilidades de interessantes reflexões sobre a vida,  relacionamentos, espiritualidade, encontro com Deus  e felicidade.

 

Nome do autor da resenha e data: Rosilane de Almeida Moraes  Data: Março / 2011.