Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

Corpomente

 

Autor do Livro:

Ken Dychtwald

 

Editora, ano de publicação:

Summus Editorial / 1984

 

Relação dos capítulos

Prefácio

Cap. 1 - Corpo/Mente

Cap. 2 - Revisão

Cap. 3 - Pés e Pernas

Cap. 4 - Pelve

Cap. 5 - Região abdominal e lombar das costas

Cap. 6 - Cavidade torácica

Cap. 7 - Ombros e braços

Cap. 8 - Pescoço, garganta e queixo

Cap. 9 - Face e cabeça

Cap.10 - Corpomente

Notas

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

Prefácio

O autor do livro CORPOMENTE, Ken Dychtwald, apresenta o sistema de diagnóstico corpomental, visando como referencial o desenho e a forma do corpo físico.

As terapias e atividades corpomentais, foram executadas pessoalmente pelo autor, freqüentando reuniões com psicoterapeutas renomados, em "workshops" realizados na Califórnia.

É uma obra que visa um amplo estudo do corpo e da mente, unindo autores do ocidente e oriente, buscando autoconsciência, saúde mental e corporal, além de crescimento pessoal.

 

Cap. 1 - CORPOMENTE

Na busca incessante de conhecimentos maiores sobre o corpo e a mente, o autor não se furta em ficar nu, de frente e na presença de várias pessoas desconhecidas.

A partir daí, ele passa a aprender sobre o seu corpo e sua mente, sobre a simbiose dos dois. Ao freqüentar e se relacionar com médicos dedicados como o Dr Pierrakos, Dr. Lowen, Dr. Keleman e também a Dra. Ida Rolf, esta adepta da técnica chamada "rolfing" ou " integração estrutural', o autor foi compreendendo que seu corpo e sua mente eram uma coisa só, comprovada pela unidade psicossomática. Daí percebeu que a " bioenergética", trata do "caráter" e " expressão corporal". Ou seja, "corpo" e "mente" unificados num só estudo.

O autor vai da teoria psicossomática, à prática de massagens profundas de tecidos e músculos, como ensina Ida Rolf, visando estimular a saúde e a vitalidade, aliviando o "stress" e a tensão, estimulando e acelerando o crescimento pessoal e encorajando a receptividade em todos os níveis de funcionamento do organismo.

 

Cap. 2 - REVISÃO

No capítulo que o autor denomina Revisão, ele deixa claro que a formação do Corpomente, baseia-se em cinco fatores: hereditariedade, atividades físicas, atividade e exposição emocional e psicológica, nutrição e, finalmente, meio ambiente. A partir daí, o autor vai fazendo do Corpo/Mente do indivíduo, um verdadeiro mapa. Uma verdadeira construção sólida. Daí em diante, este "mapa' ou esta "construção" serão divididos: direita/esquerda - em cima/ em baixo - frente/trás - cabeça/tronco e tronco/membros. Feito isto, ele vai estudando com cuidado todas estas partes, como se fossem peças de um quebra-cabeças. Estas, depois de bem definidas e separadas, passam a abrigar e animar aspectos múltiplos da personalidade e do caráter dos indivíduos. Ao se aprofundar nestes estudos, ele busca informação em Robert Orstein, que por pioneiro, traduziu as performances dos "lados" direito e esquerdo do corpo humano, suas funções físicas e determinantes psicológicas.

Ora, vemos então que o autor ao fazer este mapa de divisão detalhada do corpo, e ao construir peças separadas do mesmo e estudá-las, concluiu que é algo inseparável, os dados físicos e psicológicos da pessoa humana. Pode-se dizer que este capítulo denominado REVISÃO, nos dá o todo. O total do Corpo/Mente uno.

 

Cap. 3 - PÉS e PERNAS

O autor dedica a este capítulo, nada mais nada menos do que vinte e oito páginas de sua obra. Da página 58 até a 86, ele discorre com precisão assombrosa, sobre pés e pernas, no estudo do Corpo/Mente.

É espantoso o que representam os pés e as pernas na formação da personalidade dos indivíduos. Através das estruturas distintas dos pés, ele discorre sobre as facetas da personalidade da pessoa.

Faz uma incursão bastante interessante na prática do T'ai chi, descobrindo assim, a importância dos membros inferiores, para manter firme o todo. Em seguida, nos expõe a "reflexologia dos pés", ou seja, um mapa de cada órgão do corpo localizado na planta dos pés. Esta "reflexologia dos pés", admite que os mesmos são indicadores importantes da saúde/doença de todo o Corpo/Mente. Esta teoria sustenta que, para cada órgão ou principal área muscular no tronco e na cabeça, existe também uma área correspondente nos pés. Ao tecer considerações sobre as pernas, o autor dá ênfase aos tornozelos e joelhos, pois estes são articulações e, como tal, são encruzilhadas psicossomáticas.

Já na parte que trata das pernas, Dychtwald as divide em 4 ou 5 tipos físicos, todos relacionados com as personalidades dos indivíduos.

 

Cap. 4 - PELVE

Ken Dychtwald, seguindo seu minucioso estudo do corpo, chega a região chamada pelve. Não só nos ensina a importância desta parte, conquanto ela nos une o "em cima" e o "em baixo", mas nos mostra a importância da localização dos órgãos genitais. Depois de discorrer magistralmente sobre as condições físicas e psicológicas que esta área revela, o autor mergulha fundo na yoga kundalini, uma divisão da "tantra yoga", para nos mostrar o nosso corpo dividido em sete chakras. Por "chakras" entende-se "círculos de energia", nos ensinamentos hindus da yoga como ciência.

Por que o autor vai além dos ensinamentos ocidentais, para os orientais?

Porque realmente há uma relação entre o psíquico e o físico. E esta ciência milenar chamada yoga nos mostra o nosso corpo entrelaçado entre o físico/psíquico. CORPO/MENTE, sintetizando.

Ao descrever os sete "chakras" do kundalini, Dychtwald faz comparações com teorias freudianas e reichianas, mostrando a importância das relações sexuais, por exemplo, no crescimento e evolução das pessoas. Quando o autor nos descreve o segundo "chakra", ou "svadhisthana" em hindu, que é o "círculo de energia" que envolve os genitais, ele realmente vê que as relações sexuais se mesclam com o lado psíquico dos indivíduos, uma vez que atingir o orgasmo é o ponto onde o ego se anula,e a pessoa sente o imponderável. A felicidade.

Isto posto, vê-se que, o que Freud chamou de "libido", que é a energia psicoemocional, quando liberada, muda o caráter da pessoa, fazendo-a libertar-se de traumas e neuroses, mesmo que momentaneamente no orgasmo, mostrando-nos assim, como se comporta o Corpo/Mente.

 

Cap. 5 - REGIÃO ABDOMINAL E LOMBAR DAS COSTAS

Esta importante área do Corpo/Mente começa no alto da pelve, inclui a cavidade abdominal e termina no diafragma.

Como ensina Wilhelm Reich, "são os segmentos combinados abdominal e diafragmáticos". A mesma explicação nos é dada pela "bioenergética".

Parecendo ser a região mais "desprotegida", mais "exposta" do corpo, a região abdominal, ou a nossa "barriga" abriga os nossos órgão mais vitais, além das nossas vísceras, nossos sentimentos e sensações.

Ali também está o terceiro "chakra" da energia kundalini, que trata do poder, do ímpeto e do controle. Na barriga estão sentimentos e sensações do Corpo/Mente. Nela se originam muitos sentimentos, sensações e até paixões. Expressões e emoções contidas, aquelas que ficam "dentro", que são reprimidas e bloqueadas, refletem-se na barriga.

Segundo as observações de Ken Dychtwald, há um relacionamento físico e emocional entre a barriga e a região lombar das costas, pois sendo a barriga um centro de sentimentos/sensação/poder, quando os músculos da barriga doem, vão doer também os músculos da região lombar das costas. Conforme observa Alexander Lowen, de cima surgem "sensações, sentimentos, pressões e exigências de autoridade, dever, culpa e cargas físicas e psicológicas". Já, de baixo, vem "uma força ascendente, através das pernas, dando apoio a postura ereta da pessoa e ao seu enfrentamento das exigências e cargas que lhe são feitas". Nota o autor que, "as costas", ficam "no meio", entre o "de baixo" e o "de cima", bem no meio das paixões, conflitos e necessidades psicossomáticas. Percebe então o autor que não é surpresa ter tanta gente com dores e tensões na região lombar das costas.

 

Cap. 6 - CAVIDADE TORÁCICA

Nesta "viagem", neste "mapeamento" do Corpo/Mente, Dychtwald chega à cavidade torácica. Nos mostra que é aí que sentimentos e sensações são localizados, ampliados e traduzidos. Nesta cavidade são processadas as emoções que sobem da barriga, através do diafragma, e lhes são conferidas uma vinculação interpessoal e a intensidade da paixão. Todos os aspectos emotivos do ser humano, suas reações, paixões e expressões se mesclam e circulam no peito.

Nesta cavidade torácica, encontram-se dois órgãos importantíssimos da nossa estrutura física: o coração e os pulmões. Os pulmões estão diretamente envolvidos no processo respiratório. A principal função deles é processar a inspiração e expiração do ar mantenedor da vida. Encher os pulmões de ar, é expandir a caixa torácica, dando uma agradável sensação de bem estar às pessoas. Portanto, para as pessoas fazerem uso completo da força vital de que dispõem, é necessário que façam uso desse aparato de respiração. Isto é fundamental para o ato de viver. Pessoas que estão nervosas e aborrecidas respiram mal, superficial e rapidamente, tendo assim sensação de ansiedade e desconforto. Está aí um bom exemplo de como alguns sentimentos e sensações afetam o corpo especificamente. A ansiedade, faz com que as pessoas respirem mal. Passado o pânico e a ansiedade, diz-se que se pôde "respirar aliviado", como se os problemas daquele momento impedissem o corpo de respirar e, por conseguinte, VIVER.

Tendo o autor discorrido sobre os pulmões, nos fala do coração.

A este fascinante e importante órgão do Corpo/Mente, devem estar vinculadas as experiências e expressões do afeto e do amor. Na yoga, o "centro de energia" ou "chakra" localizado nesta região torácica, é o "chakra" kundalini denominado "anahata", e é o quarto "chakra".

O coração nos dá, depois de processadas pelo Corpo/Mente, as sensações de mágoa, ternura, encantamento, etc, como também pode se fechar, se bloquear, prendendo desta forma as emoções que estão ali, prejudicando seriamente a vida do Corpo/Mente como um todo.

Devido aos movimentos de respiração, procedemos à expansão e à contração da cavidade torácica. Estes movimentos produzem resultados importantes na condição física e psicológica dos indivíduos. A busca do equilíbrio entre os dois movimentos, nos dá a mais saudável posição torácica, nos possibilitando um viver mais amoroso e mais proveitoso.

 

Cap. 7 - OMBROS E BRAÇOS

Neste capítulo, o autor nos mostra diferentes aspectos físicos destes membros que se situam acima da cavidade torácica, ao mesmo tempo fazendo parte dela.

Verifica ele, que ombros, braços, mãos e alto das costas, estão envolvidos nos aspectos "fazer" e "expressar", no que se refere ao caráter da pessoa. Observando as formas e funções destes órgãos, podemos aprender a respeito do modo como a pessoa se coloca no mundo.

Os ombros são selecionados pelo autor, como: curvados e arredondados, erguidos, quadrados, corcundos e lançados à frente, retraídos e puxados para trás e estreitos.

Ora, cada tipo de ombro ajuda a construir um tipo físico de corpo e, por conseqüência, uma forma psicológica de classificação do indivíduo.

A postura demonstra o estado psicológico do indivíduo.

O autor nos estimula a olhar no espelho e, verificar a posição de nossos ombros, para estudarmos um pouco o nosso próprio Corpo/Mente. Aliás, em vários trechos desta obra ele nos incentiva a nos colocar frente ao espelho, para melhor observar nosso corpo.

Quanta importância tem a nossa postura em relação a nossa vida, às nossas reações!

Como são importantes os ombros, braços e mãos na relação físico-psicológica do nosso Corpo/Mente. Assim como ombros são diferente, braços e mãos também o são. Braços fracos, subdesenvolvidos ou maciços e supermusculosos, finos e tensos. Braços e mãos podem mostrar as maneiras como as pessoas entram em contato umas com as outras. Ou retém energia, ou falta trato e graça ao expressar-se, ou mostram a pessoa lenta nos atos, com falta de vitalidade e energia. Observar os braços e mãos das pessoas, é delinear suas personalidades, suas atitudes em relação à vida.

 

Cap. 8 - PESCOÇO, GARGANTA E QUEIXO

Aí na garganta ( a frente do pescoço ) está localizado o quinto "chakra" do kundalini. Neste local há um "centro de energia" laríngeo. Esta região está relacionada com a expressão e a comunicação vocal. Além disso, os aspectos interiores deste "chakra", estão vinculados ao desenvolvimento auto-reflexivo, da auto-imagem perceptiva, alerta, e se diz que a garganta é a entrada prenunciadora do começo da subida emocional ou espiritual até o "si mesmo" mais íntimo da pessoa. É na garganta que a pessoa começa a ter uma noção clara e consciente das relações consigo mesma, e com as outras pessoas.

Começando a discorrer sobre o pescoço, o autor nos dá um amplo entender sobre esta importante parte do Corpo/Mente. Inicialmente, a medida que as emoções sobem num fluxo da barriga e do peito, e entram no pescoço, são aí traduzidas em pensamentos e palavras. O pescoço é um ponto de processamento ao longo do caminho do fluxo emocional pelo Corpo/Mente. O pescoço é o principal canal pelo qual o cérebro se comunica com o restante do Corpo/Mente. Em face da sua estrutura e posição, ele tem que mediar continuamente os sentimentos, sensações, pensamentos, impulsos e reações.

As sobrecargas emocionais, excesso de compromissos e responsabilidades, vão resultar em dores no pescoço. Pois o pescoço é um pedestal natural onde se assenta a cabeça. A forma e a posição deste pedestal, uma vez que são afetados pelos tipos de emoções que animam os seus músculos, indicam com freqüência a atitude que o indivíduo adota para "encarar" o mundo.

Neste trecho do atual capítulo, depois do autor citar outros doutores na mesma matéria, passa a dissertar sobre o segmento oral, garganta, queixo e mandíbula. Segundo William Schutz, ... " os músculos da garganta geralmente retém medo de exprimir... a respiração fica contida numa garganta tensa... o medo de participar é muitas vezes acompanhado por uma garganta seca e por uma voz sumida, ininteligível"... É difícil crer que uma região tão pequena do Corpo/Mente, a garganta, contenha tantas e tão grandes expressões, sentimentos e recordações.

Em seguida, Dychtwald nos fala sobre experiências que viveu em 'workshops" onde trabalhou com pacientes que tinham problemas localizados na garganta.

No mesmo capítulo o autor ensina sobre os queixos. São vários tipos: retraídos, salientes ou contraídos. Queixos retraídos podem refletir raiva retida ou tristeza ou mesmo vontade de chorar ou de gritar. Pessoas portadoras de queixos retraídos, podem ter dificuldades para falar em grupos, para se defender ou para expor suas opiniões. Já os portadores de queixos salientes, podem refletir atitudes desafiadoras de caráter. Quando o queixo se projeta à frente , temos a indicação de que a pessoa é extremamente "determinada". Já os "queixos contraídos" podem ter um auto-controle exagerado. Assim como acontece com o pescoço, o segmento oral entendido como queixo, é psicossomaticamente vinculado a uma grande variedade de sentimentos e sensações.

Vemos que o quinto "chakra" do kundalini, localizado na garganta, é "centro de energia" da auto-reflexão e da auto-identificação. Este "chakra" é considerado "espiritual", pois assinala o princípio da compreensão de si mesmo. Assim sendo, estudando e observando estas partes do nosso Corpo/Mente, podemos proceder à nossa própria auto-identificação.

 

Cap. 9 - FACE E CABEÇA

Segundo a milenar yoga, o sexto "chakra" do kundalini ou "ajna", está localizado na testa, entre as sobrancelhas. O segmento ocular da face inclui os olhos, as orelhas, a testa e a região das maçãs do rosto. Quando acrescido ao segmento oral, o ocular compõe a região do Corpo/Mente que se denomina Face. Segundo Lowen: ... o rosto é a parte do corpo que está frontalmente colocada perante o mundo. É também a primenra parte examinada quando se olha para outra pessoa... A palavra Face é usada igualmente para fazer referência à imagem de uma ´pessoa, o que relaciona o conceito de face à ego, uma vez que o ego, em uma de suas funções, está envolvido na imagem que uma pessoa projeta. A pessoa de ego forte "encara situações", ao passo que a de ego fraco talvez "desvie a cara"...

Ainda conforme nos sugere Lowen ... "a face é a máscara que apresentamos ao mundo e, portanto por ela revelamos muitas coisas a respeito de sentimentos e particularidades."... Dentro da questão facial o autor começa uma preleção sobre os ouvidos.

Sendo eles utilizados para ouvir, mesmo assim, uma pessoa pode decidir que "não quer mais ouvir coisa alguma", começando assim a subtrair a atenção desta região do Corpo/Mente, podendo reduzir a percepção auditiva e diminuir sua capacidade de ouvir.

Chegando ao estudo dos olhos, o autor observa que os mesmos "refletem a saúde ou a doença" do Corpo/Mente, e pode se explorar estas manifestações por vários meios, observando as expressões características dos olhos e seus posicionamentos nas órbitas. O que podem revelar os olhos, a respeito de sentimentos, paixões e medos? Já se disse que os olhos são verdadeiramente os "espelhos da alma" ou as "janelas da alma". Por seu formato e posição na estrutura ocular, pode-se dizer que:

Olhos grandes e arredondados refletem uma personalidade afetuosa, cálida.

Olhos salientes, já indicam uma forma nervosa, invasiva de ser/estar no mundo.

Olhos profundamente localizados dentro das órbitas, podem mostrar uma vida inteira de expressões contidas e de tristeza entalada.

Já as deficiências oculares como a miopia e a hipermetropia, faz com que as pessoas tendam a apresentar dificuldades em se projetar externamente.Geralmente as pessoas portadoras dessas deficiências são tímidas e introspectivas. É uma dimensão de natureza psicossomática dos olhos.

Dada a importância dos olhos, o autor busca informações em Bernard Jensen, sobre os "mapas" da íris e da esclerótica dos olhos, cujo diagnóstico pela íris, ou iridologia, e esclerologia :

" A título de definição, a iridologia é uma ciência por meio da qual o médico ou o cirurgião podem, através das marcas e sinais na íris do olho, avaliar a condição reflexa dos diversos órgãos do corpo. Em outras palavras, é a ciência para determinação de estágios agudos, subagudos, crônicos e destrutivos, em órgãos do corpo que estão afetados, por meio de áreas na íris que lhe são correspondentes.

Resíduos de drogas, fraquezas intrínsecas e hábitos de vida também são reveladas na íris de seus olhos."

Acima dos olhos temos a testa. Os músculos das sobrancelhas e da testa são exercitados em conjunto com, praticamente, todos os movimentos do rosto e, por esse motivo, são propensos a manifestar quaisquer movimentos, sentimentos e sensações que expressamos com nossos semelhantes.

Na região da testa, pelas sobrancelhas, podemos ler e interpretar traços de personalidade e de atitudes, nas linhas e formas desta área. "Sobrancelhas erguidas denotam uma pessoa refinada e intelectualizada. O contrário, sobrancelhas baixas, são de pessoas mais duras e embrutecidas", observa Alexander Lowen.

Como já se disse, nesta região da testa localiza-se o sexto "chakra" do kundalini, ou "círculo de energia". Além da manifestação dos cinco sentidos, com os quais percebemos o mundo ( visão, tato, audição, olfação e gustação ) o autor nos lembra que podemos desenvolver sete outros, estes psíquicos. Normalmente denominam-se estes sete sentidos de "extrasensorial". De acordo com o autos, talvez estes sentidos não tenham nada de "extra", e sim, são "normais", fazendo com que os cinco sentidos físicos que usamos, pareçam "deficientes".

Os sete sentidos psíquicos conhecidos são:

•  TELEPATIA - habilidade de se comunicar com outra mente, sem o uso de outro sentido.

•  PRECOGNIÇÃO ou CAPTAÇÃO DE FUTURO - habilidade para perceber informações no futuro.

•  RETROCOGNIÇÃO ou CAPTAÇÃO DE PASSADO - receber acontecimentos e informações anteriores no tempo.

•  CLARIVIDÊNCIA - habilidade para perceber situações e informações distantes, sem ajuda.

•  EMPATIA DE VIBRAÇÃO - habilidade para desempenhar atividades sensoriais.

•  PSICOMETRIA - habilidade para tocar uma coisa qualquer, e sentir seu relacionamento com pessoas, tempo, etc. , inteiramente através do contato com este objeto.

•  PSICOCINESE - habilidade para influir na natureza da matéria física sem nenhum contato físico, valendo-se exclusivamente de poderes mentais.

 

Cap.10 - CORPOMENTE

O autor, ao longo de sua obra, nos descreveu como o corpomente desenvolve tensões, bloqueios e desequilíbrios psicossomáticos. Sugeriu que existem maneiras do corpomente poder ser investigado e desenvolvido, além de aliviado de muitos dos conflitos e limitações que distorcem seu desenvolvimento.

Quando a "viagem" que o autor inicia no corpomente, através dos sete "chakras" e chega ao alto da cabeça, ao cérebro, chega também ao sétimo "chakra" do kundalini ou "sahasrara". Ele está ligado a glândula pineal que, dentro do cérebro, está bem próxima à glândula pituitária. Segundo a ciência yogue "é a glândula central do corpo, controlando todas as demais. As secreções desta glândula estimulam todas as demais". Esta região do alto da cabeça ou do cérebro, corresponde ao nível mais elevado de desenvolvimento humano, ponto no qual todas as tensões e conflitos do corpomente foram dissolvidos e seus potenciais sintonizados. O conhecimento destes potenciais, o auto-conhecimento, gera o domínio de todos os elementos e qualidades dos estágios anteriores. Quando alguém atinge tal nível de conhecimento e desenvolvimento pessoal, diz-se que é um ser plenamente realizado.

Uma vez que somos todos seres autoconscientes, habitamos os mundos das sensações, das percepções e das necessidades biológicas, além do mundo da linguagem, das crenças, do pensamento e da auto-reflexão. Resumindo, neste nível de consciência, não só estamos conscientes, como também somos conscientes de estarmos conscientes.

 

NOTAS:

KEN DYCHTWALD, buscou informações complementares em vários autores e profissionais da área da psicologia, tais como: Wilhelm Reich, Alexander Lowen, William Schutz, Ida Rolf, Moshe Feldenkreis, Fritz Perls, Stanley Keleman, Hector Prestera, etc.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

Lendo e relendo Ken Dychtwald, conclui-se que ele deu uma grande contribuição didática sobre como podemos lidar com o nosso "físico" e "psíquico".

Além de citar suas experiências pessoais, reporta-se a seus familiares, pai, mãe, avós, para nos dar um ensinamento cada vez mais eficaz.

Buscando informações de autores consagrados no mundo da psicanálise, o autor deste interessante livro nos conduz numa longa viagem pelo Corpo/Mente, nos ajudando assim, a nos conhecer melhor, e melhor podermos ajudar nossos semelhantes.

 

Nome do autor da resenha e data: Odete Maria Gomes dos Santos / maio de 2003.