Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

Mulheres inteligentes escolhas insensatas. Como encontrar os homens certos, como evitar os errados.

 

Autor do Livro:

Connel Cowan e Melvyn Kinder.

 

Editora, ano de publicação:

Editora: Rocco, 1988.

 

Relação dos capítulos

 

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

O objetivo do livro segundo os autores é tornar os relacionamentos entre homem e mulher mais definidos, mais realistas e mais felizes.

Acreditam que há uma tendência paradoxal por parte das mulheres de hoje de cometer “erros” ainda maiores com o sexo oposto do que poderia acontecer em anos anteriores,devido a distância entre motivações inconscientes e as novas aspirações, convicções e expectativas conscientes.

Na primeira parte do livro intitulada “Bancando a tola” eles discorrem sobre as causas e forças que levam a frustração no romance. Citando desde a espera pelo príncipe encantado( a busca do homem perfeito), as fantasias românticas e as forças históricas ( como o movimento feminista, a conquista do divórcio.....).

Em seguida descrevem como o desejo de uma mulher pelo homem perfeito tem suas raízes nas experiências do início da infância, principalmente no relacionamento pai e filha. Mas também como o modelo de mães dependentes transmitiu as filhas que procurassem por um homem que as protegesse e cuidasse, além de manipular e ser indireta para conseguir o que se quer.

E finalizam o capítulo dois afirmando que somente uma compreensão lúcida das experiências iniciais com um pai permitirá que as mulheres se libertem das expectativas inconscientes que podem causar problemas nos relacionamentos adultos com os homens.

No capítulo três são descritas prováveis reações dos homens diante de mulheres que não abandonaram o papel de “filhinha de papai”, tais como: desamparo que impõe exigências excessivas aos homens ou que os faz sentir que suas necessidades de amparo não serão satisfeitas, o jogo prejudicial de manipulação e a fome de amor no sentido de desespero e o quanto isso repele os homens pois os mesmos sentem a precipitação em “amarrar” e que isso os apavora.

E aconselham que a única solução para uma mulher nessa situação é desenvolver confiança em seu próprio valor e transformar a imagem que tem de si mesma, passando a se encarar como uma pessoa digna de ser amada. Já que a mulher desesperada procura os outros para confirmar o seu valor.

Em seguida, no capítulo intitulado “Como os homens reagem ao poder das mulheres” eles explicam que na vida adulta, quando os homens são atraídos a ligações íntimas com as mulheres, experimentam ao mesmo tempo prazer e medo – prazer de ser acalentado por uma mulher e medo de ser dominado pelos sentimentos arraigados de desamparo e dependência. No entanto, estão convencidos de que os homens querem intimidade mas sentem-se inseguros quanto a maneira de lidar com esses sentimentos de desamparo. Sem contar a “nova impotência”, que seria o excesso de ansiedade dos homens por seu desempenho sexual que também é bastante prejudicial.

Assim a solução de alguns homens para os medos de força e poder na mulher é assumir um papel passivo, sucumbindo totalmente ao desejo de serem cuidados pela “mamãe”.

Também descrevem o “bom sujeito”, o “simpático” que parece fraco mas não é, o “simpático” que não é romântico, o “magnetismo do homem rato”, os “homens maus que podem ser divertidos por algum tempo”, sempre ilustrando com exemplos de casos clínicos.

E no último capítulo da parte um eles citam 4 tipos de homens que deixam as mulheres com vontade de gritar. São eles: o reservado, o macho pseudoliberal, o eterno adolescente e o ferido ambulante.

Na segunda parte “Ficando Esperta” revelam estratégias e percepções para resolver o aparente impasse entre os sexos que pode se transformar na oportunidade para alcançar experiências satisfatórias com os homens.

O primeiro impasse é se há muitas mulheres especiais para poucos homens bons, Para eles o que acontece é que sobram poucos homens que conseguem passar pelos filtros apertados do processo de seleção da mulher esperta de hoje.

O segundo é que além das mulheres espertas prezarem qualidades como inteligência, afeto, senso de humor, atração física, esses atributos devem estar acompanhados de provas de sucesso material para qualificar um homem, um companheiro a altura.

O terceiro impasse são os prognósticos que se cumprem por si mesmos. Por ex. criticar e menos prezar um homem pela qualidade de gênero.

Depois analisam 4 tipos de viciadas em amor: por anseio, por confirmação, por ilusão , e por romance e dão sugestões para se libertar das obsessões do amor como: a busca de emoção em outras coisas, rompimento de velhos padrões de comportamento, abandono das expectativas em troca de experimentar o positivo e negativo da experiência real. Para os autores há uma verdade simples: quanto maior a quantidade de expectativas, menor a possibilidade de o relacionamento progredir.

Também dedicam uma parte do livro aos “diamantes brutos”, homens que talvez não tenham a aparência, uma boa conversa ou se mostrem inseguros nos estágios iniciais, mas que freqüentemente oferecem grandes possibilidades de estabelecer uma relação tranqüila e duradoura. E cita um exemplo em que no primeiro encontro a mulher estava achando o homem desajeitado, tímido, ansioso demais quando este homem foi chamado a atender uma paciente em casa, o mesmo era pediatra, convidou-a a acompanha-lo. E desta forma se revelou um contraste extraordinário: o homem que não sabia o que pedir ao jantar se mostrava confiante, dedicado e tranqüilo ao tratar da jovem paciente. A mulher passou então a admirá-lo e teve vontade de conhecê-lo melhor.

Para os autores, na maioria das vezes nos decidimos muito depressa em relação às pessoas, especialmente se nos sentimos ou não atraídos. Num encontro breve se não gerar nenhuma química” os candidatos são reprovados no ato. E isto é um erro pois no primeiro encontro com alguém, o diálogo inicial revela mais sobre o nosso comportamento diante de estranhos do que qualquer coisa significativa ou profunda, E, com uma freqüência excessiva os melhores homens não sobrevivem aos primeiros cinco minutos críticos de avaliação do encontro.

E apontam que para um “diamante bruto” ser conhecido se faz necessário algum grau de confiança e familiaridade antes que eles se deixem vislumbrar, pois na maioria das vezes são tímidos.

Em seguida discorrem sobre uma nova perspectiva de feminilidade, que segundo a experiência deles as mulheres que desenvolvem relacionamentos mais vitais e satisfatórios são as que aprendem a expressar aspectos masculinos e femininos de suas personalidades.

No Capítulo treze exploram as atitudes “vencedoras” que as mulheres inteligentes tem, como a aventura da corte, ter iniciativa para descobrir, gostar de homens na sua forma de ser, ter sensibilidade, confiar e se expressar, conter a insegurança, respeitar a privacidade, manter interesses separados, evitar a rotina e por último ser responsável pelas próprias experiências.

Por fim, resumem 16 regras para a mulher não fazer escolhas erradas e se tornar mais esperta com os homens, adicionando no apêndice questionários e testes.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

O que mais chama atenção neste livro é a facilidade com que os autores generalizam muitos comportamentos femininos ou masculinos, o que de certo modo é perigoso, pois rotulam que as pessoas são assim ou assado e por isso devem se comportar assim ou assado. Tanto que eles sugerem conselhos como se fossem “receitas” para tudo e para todos de maneira igual, não considerando os inúmeros aspectos individuais de cada um.

De positivo destacamos que alguns assuntos explicados no livro são reais, são explicações psicológicas para determinados comportamentos e quem quiser perceber isso e fazer bom uso pode se tornar produtivo.

Também é um livro de leitura fácil e direta, além de conter muitos exemplos de casos clínicos que ilustram o que dizem. Mas permanece a dúvida se o objetivo do livro (tornar os relacionamentos entre homem e mulher mais definidos, mais realistas, mais felizes) foi alcançado pelos leitores.

 

Nome do autor da resenha e data: Gianne Cláudia Gemeli Wiltgen - Dezembro/2004.