Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

Nome do Livro:

O corpo revela

Autor do Livro:

Ron Kurtz e Hector Prestera

Editora, ano de publicação:

Summus Editorial / 1989

Relação dos capítulos

1. O que o corpo revela

2. A conversa

3. Fundamentos

4. Partes do corpo

5. Cinco pessoas

6. Os autores observam a si mesmos

7. O perfil de seu próprio corpo

8. Últimas considerações

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

Capítulo 1 – Os autores, dois terapeutas corporais, iniciam este capítulo com a frase "o corpo não mente", isto é, seu tônus, cor, postura, tensões e vitalidade expressam o interior da pessoa. Padrões musculares tornam-se fixos no corpo e revelam a maneira de uma pessoa ser no mundo. O corpo de uma pessoa, seu comportamento, sua personalidade, a maneira com que se movimenta, sua fala, suas atitudes, seus sonhos, percepções são parte de um todo unitário e expressam seu íntimo, portanto, o corpo é passível de ser lido. Discorrem neste capítulo também sobre os bloqueios musculares que desde cedo vão formando a estrutura corporal do indivíduo e introduzem algumas formas de tratamento para tais desbloqueios.

Capítulo 2 – Aqui é reproduzida uma conversa entre os autores sobre a observação de seus corpos, constatando que  os eventos psicológicos não podem ser separados da reação do corpo. Afirmam que a estrutura física demonstra os mecanismos de compensação que procuram alcançar a melhor capacidade funcional do organismo.

Capítulo 3 – Neste capítulo os autores dedicam-se a definir energia e gravidade, demonstrando como que o homem, para permanecer ereto, se organiza energeticamente. Descrevem os efeitos da gravidade no corpo, e a dificuldade do corpo em  manter-se equilibrado e em alinhamento quando a energia está bloqueada. Relacionam a cabeça com a pelve e os joelhos, e afirmam que, quando as linhas do corpo estão em harmonia com a gravidade, as diversas forças disponíveis no meio ambiente fluem através do corpo, caso contrário, este mantém uma luta constante com a gravidade para manter-se em pé. Para isso, utilizam-se do conceito de grounding, exemplificando as diferenças entre o caráter oral e o caráter rígido em relação ao tônus corporal e conseqüentemente à atitude emocional.

Capítulo 4 – Os dois autores "passeiam" por todas as partes do corpo, primeiro descrevendo os significados de frente/ costas e esquerda/ direita. O capítulo contém desenhos de corpos e de partes do corpo que vão dos pés até a cabeça e o rosto, onde os autores ensinam  leituras relativas  a  vários tipos de pés, ou posições de coxas e pélvis, ou ainda de ombros e queixos. Relacionam também neste capítulo órgãos internos com cores e funções psicológicas.  

Capítulo 5 – Trata da leitura corporal de cinco pessoas, cujos corpos aparecem no capítulo em forma de silhuetas, que vão sendo "lidas" pelos autores, tanto física, quanto psicologicamente.

Capítulo 6 – Os autores observam a si mesmos, enquanto um deles se posiciona frente ao outro que vai oferecendo suas impressões. Esta foi uma experiência vivenciada pelos dois que a gravaram e a reproduziram neste capítulo.

Capítulo 7 – Dá a oportunidade de examinar e ler o próprio corpo. Os autores ilustram quatro tipos de corpos que representam quatro maneiras básicas nas quais o corpo pode diferir de uma estrutura normal. Estes tipos são: o tipo carente; o tipo pesado; o tipo rígido e os tipos pesados em cima ou embaixo. Para cada tipo há um conjunto de ilustrações e uma tabela que dá uma descrição estrutural e psicológica.

Capítulo 8 – Em suas considerações finais mencionam também outras maneiras de examinar o corpo, como o de W.R. Sheldon que sistematiza  os tipos de corpos como: endomorfos, mesomorfos e ectomorfos e os caracteres de Wilhelm Reich e Alexander Lowen.  Abordam seis terapias corporais desenvolvidas no ocidente: 1.Rolfing, 2. Terapia reichiana, 3. Bioenergética, 4. Patterning (desdobramento do rolfing), 5. Técnica de Alexander e 6. Método Feldenkrais, esclarecendo os princípios de cada uma delas e de que forma elas podem levar a pessoa a uma mudança profunda, tanto psicológica quanto fisiológica lembrando, no entanto, que embora o corpo fale deve-se sempre ouvir a pessoa como um todo.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

Apesar desta obra ter sido lançada no Brasil,  há quase duas décadas, e na época tenha causado no mínimo muito interesse e curiosidade entre os terapeutas, ainda hoje é muito útil para quem está iniciando-se nas abordagens que colocam o corpo no contexto psicoterapêutico. O livro, de fácil compreensão, recheado de exemplos, leva o leitor a um auto-exame, e é impossível não se identificar com as leituras corporais realizadas ao longo dos capítulos por estes dois autores, um médico, outro psicólogo e ainda hoje renomados nos Estados Unidos. Mostram ao leitor de maneira simples e útil o que a estrutura, postura e fisionomia corporal revelam a respeito das pessoas, promovendo uma compreensão mais profunda e um contato mais íntimo consigo mesmo.

 

Nome do autor da resenha e data: Mara Cristina Moro Daldin – Assistente Social -. Julho /2006.