Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

O brilho de sua luz

 

Autor do Livro:

Danielle Steel

 

Editora, ano de publicação:

Record, 1999

 

Relação dos capítulos

Prólogo

1. Começa a jornada.

2. “Sou incrível!”.

3. Casanova.

4. Irmãos e outras mudanças.

5. Sexta série: Os demônios começam a se mostrar.

6. Sétima série: Para o fundo, devagar.

7. Oitava série: O começo do desastre.

8. Ele desaba.

9. Demônios.

10. Programas, avaliações, e finalmente medicação. Surge uma pequena esperança afinal.

11. Para cima e para baixo, e para cima e para baixo. Melhorando e piorando, e melhorando. Como uma gangorra. E, finalmente, um diagnóstico.

12. Um verão longo e difícil.

13. Um novo lar para Nicky.

14. Finalmente, um milagre.

15. Música, música, Música!

16. Dois tiros de advertência ecoam no silêncio.

17. Terceiro aviso.

18. Verão desastroso.

19. Ovos mexidos à meia-noite.

20. Um mar de rosas amarelas.

Posfácio.

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

Prólogo:

O livro conta da história de Nick Traina, filho da autora, que sofria de “transtorno bipolar”. Relata as diversas fases da doença, em todo seu desenvolvimento. Foi escrito para homenageá-lo e relembrá-lo, mas também, ao compartilhar sua história, sua dor, a autora faz um alerta para o que é esta doença, e principalmente para o fato de que ela pode ser fatal. Existe muita coisa para se aprender no relato do quanto é difícil amar e conviver com alguém com “transtorno bipolar”.

A intenção do livro é poder ajudar a quem convive com esta árdua trajetória. (15) a (20)

1. - Começa a jornada . (21)

A gravidez após apenas seis semanas de namoro, sem haver qualquer tipo de estabilidade para isto, nem mesmo conhecerem-se bem um ao outro. Apesar dos problemas, a decisão de ter o bebê. (23)

Viviam separados, mas encontravam-se. Aos seis meses de gravidez, passaram a viver juntos e então, aos poucos, por não ter conhecimento do assunto, a autora entendeu que o pai do seu filho era usuário de drogas. (26)

Foi um parto traumático, pois o bebê pesava cinco quilos e trezentos gramas, e Danielle ficou por doze horas, tentando um parto normal antes da cesariana. (28)

Desde então, foi sugerido que o longo trabalho de parto podia ter causado algum dano neurológico e as deficiências de aprendizado descobertas mais tarde. (28)

O pai ia e vinha, com o envolvimento com as drogas exercendo uma grande atração.

Um dia após o parto, Danielle fez o pedido de anulação do casamento. Preencheu os papéis do divórcio mais tarde, quando os problemas tornaram-se insuportáveis. (29)

2.- “Sou incrível!” (31)

Nick era o tipo do bebê que as pessoas param para admirar em todos os lugares. Era grande; bonito e feliz.

Seu desenvolvimento foi super rápido, falou e andou com oito meses.

A mãe e a babá falavam com ele em espanhol, e a irmã em inglês e isto nunca atrapalhou o seu desenvolvimento da linguagem. Falava em inglês e espanhol. (34)

Quando tinha cerca de um ano, formava frases completas,o que todos pareciam achar extraordinário. Isto na verdade era um sinal precoce de perigo. Apesar de todos os bebês que falam cedo não se tornarem maníacos-depressivos, a maioria dos maníacos-depressivos fala cedo. (34)

As pessoas o encontravam, conversavam com ele, e então diziam: “Ele é incrível!”

Isto acontecia com tanta freqüência, que quando perguntavam seu nome, ele dizia: “Sou Incrível!” (34)

Ele era extremamente precoce para a sua idade. (35)

Dormia muito pouco. Outro sinal de perigo. Maníacos-depressivos não dormem à noite. (36) (38)

Quando tomava algum medicamento que pode deixar a pessoa com sono, ele ao contrário, ficava muito agitado. Isso chama-se efeito paradoxal, e também é uma característica de pessoas que sofrem de disfunção bipolar. (39)

Nick ,desde muito cedo, tinha idéias definidas sobre todas as coisas. Era mais esperto do que todos, mais inteligente, mais rápido, tinha mais energia do que qualquer criança, e um olhar, que parecia um adulto. (40) Ainda que isto encantasse, algumas vezes, era extremamente preocupante. (40)

De muitas maneiras, ele possuía os sintomas clássicos de desordem de deficiência de atenção. Mas, na época, mesmo seus médicos não conseguiam ver isto claramente. Noventa por cento das crianças que manifestam o mesmo comportamento, superam o problema com a idade, o que faz com que pediatras e psicólogos hesitem em fazer este diagnóstico.

Danielle sentiu-se culpada em querer enxergar algum problema em Nick. Pensou que realmente ele era extremamente inteligente, e sendo assim, tinha que esperar algumas peculiaridades. (41)

3.- Casanova (43)

Em contraste com sua extrema inteligência e precocidade, é claro que também havia um lado infantil. Ele era adorável e muito carinhoso.

Nick adorava brincadeiras em que poderia fantasiar, nas quais podia ser o personagem principal e inventar coisas. De longe, prefiria isso a jogos de verdade, em que tinha que seguir regras e estava sujeito à idéias dos outros de como deveria jogar. Qualquer coisa rígida assim o chateava imediatamente e ele não prestava atenção. Mais tarde, quando descobriu-se suas deficiências de aprendizagem, Danielle perguntou-se se na verdade ele não conseguia seguir regras e instruções, por isso simplesmente as ignorava. Porém sua vida de fantasia era muito rica.

Nick possuía idéias muito definidas e, se não queria fazer algo, ele tornava-se teimoso. Se não gostava do plano estabelecido, era praticamente impossível fazer com que o seguisse. Isso tornava difícil levá-lo aos lugares. Tudo isto pode parecer muito trivial, mas, só com uma percepção tardia pode-se avaliar o que significavam estas diferenças precoces. É tão fácil colocá-las de lado, dar um desconto, ou simplesmente dizer que ele era mimado e faltavam umas palmadas. Mas àquela altura, Danielle já tinha uma sensação de que Nick era diferente e, de tempos em tempos tomava coragem e dizia isto a um amigo. Era sempre reconfortante quando os sinais de perigo que ela apontava eram explicados. Porém, a despeito das explicações sensatas, a sensação de mal-estar permanecia. Danielle apenas esperava estar errada, e que ele fosse realmente tão normal quanto ela queria que ele fosse.

Danielle casa-se novamente. Para Nick é extremamente difícil dividir a mãe com alguém e ele era sempre honesto com relação aos seus sentimentos.(50)

4.-Irmãos e outras mudanças (53)

Menos de uma semana após o casamento, Danielle engravidou.

Logo depois do casamento, o pai de Nick reapareceu e quis vê-lo. Danielle preocupa-se com seu constante estilo de vida e o efeito que isso teria sobre Nick. Foi ao tribunal e ficou determinado que o pai poderia ver Nick, mas na casa da mãe e sob sua supervisão. (54)

Nick parecia acelerado grande parte do tempo, meio hiperativo, além de extremamente infeliz em relação ao bebê.Tornou-se cada vez mais possessivo com relação à mãe, como se quisesse provar que ela pertencia a ele e que ninguém mais poderia interferir. (54)

Foi uma época difícil para Nick, ele tinha que adaptar-se a um padrasto; irmãos novos, pois os filhos do novo marido de Danielle, vieram morar junto com eles e ainda as visitas do pai.(55)

Afinal, as visitas do pai terminaram. Ele desapareceu mais uma vez, mas deixava recados para Nick na secretária eletrônica, fingindo ser o Drácula. E isso tanto fascinava quanto amedrontava Nick. Ao mesmo tempo, começou a fazer desenhos pretos terríveis de pessoas se matando. Os temas dos desenhos preocupavam Danielle. Discutiu o fato com um psiquiatra, apenas para ouvir que ele tinha uma imaginação fértil e não havia nada para se preocupar. Nick iria fazer quatro anos e duas semanas antes do seu aniversário, nasceu sua irmã. (56)

Os desenhos ficaram piores, mais numerosos e mais pretos. Estava se tornando verdadeiramente insuportável, propenso a ataques de raiva, irado a maior parte do tempo, e então, subitamente ele ficava terno e carinhoso por algum tempo, até que estourasse outra tempestade. Ainda assim, na creche, diziam que ele era educado; inteligente e encantava a todos. Eram as pessoas que moravam com ele que agüentavam o rojão de sua raiva. (56)

O pai de Nick reapareceu novamente, mais uma vez exigindo direitos de visita. Voltaram ao tribunal, e desta vez o tribunal determinou que as visitas fossem feitas no consultório de um psiquiatra, com mais um adulto presente, a fim de observar.

Nick implorava para não ir. Durante aquele período o tribunal quis que Nick fosse a um psiquiatra para ser avaliado. Porém, a crença dominante na época era de que o pai biológico, não importava o quanto estivesse em mal estado ou quantos danos pudesse causar, era vital par o bem-estar de uma criança. (57)

Danielle continuava a acreditar que havia algo de errado com Nick, não devido a forças externas, mas devido a algo dentro dele. No entanto os psiquiatras nada viam de errado com Nick, atribuíam seu comportamento ao fato de ser extremamente mimado; ter novos irmãos e estar recebendo as visitas do pai.

Novamente as visitas do pai pararam.Quando Nick tinha que ver o pai, ele não queria, e quando as visitas paravam, sentia-se culpado. Mas desta vez o pai desapareceu para não mais voltar. (58)

Nasceu mais uma filha.

Nick não era uma criança fácil de amar e de cuidar. Quando se achava que havia conquistado a confiança dele, ele o atacava violentamente.

Danielle sabia quando Nick estava com cinco anos, que havia algo de muito errado com ele, mas os psiquiatras diziam que ele apenas precisava de disciplina. Danielle sabia que era muito mais que isto. (59)

Nasceu mais uma menina.

Quando Nick estava com sete anos, voltaram ao tribunal para rescindir os direitos de visita paternos, a fim de que pudesse ser adotado pelo padrasto.(60)

Um irmão nasceu quando Nick tinha oito anos, e às vezes ele parecia satisfeito, outras vezes ameaçado e com ciúmes. (61)

Também era apaixonado por música e possuia um enorme conhecimento deste assunto.

O último bebê veio quando Nick estava com onze anos, e desta vez, ele tinha idade suficiente para gostar dela e não se sentir ameaçado por ela.

Nick estava cada vez mais difícil de controlar, mais difícil de lidar.

Destruía as coisas em seu quarto, mas, ainda assim, nunca machucava ninguém. Em um momento ele estava impossível, em outro, gentil e carinhoso.(62)

E, ainda assim ninguém além de Danielle parecia enxergar. Ele continuava a ganhar medalhas na escola, pelo seu desempenho, apesar das suas deficiências de aprendizado, das quais ninguém tinha conhecimento ainda. Outras pessoas achavam suas idéias independentes e divertidas, mas Danielle não achava, sabia que eram um sinal de algo mais profundo e muito mais perturbador. (63)

5.- Sexta série: Os demônios começam a se mostrar (65)

Nick com onze anos tinha um enorme conhecimento sobre música e um gosto sofisticado pelo rock.

O mundo de Nick girava em torno dele mesmo. Na família, ele parecia atropelar todo mundo para chegar onde queria. Tudo em relação a Nick era mais exagerado. Era incansável quando queria fazer algo, ou ter algo, e impiedoso em suas tentativas para consegui-lo. Ele era obsessivo.(67)

Um dos grandes acontecimentos para Nick naqueles dias era um concurso de playback que organizavam todos os anos na escola. Para Nick, esta era a hora de brilhar. Sua tentativa de levar a medalha de ouro nas Olimpíadas. O concurso de playback era a razão de viver de Nick. Era a oportunidade de ser um astro de rock “de verdade” por algumas horas. E, quando o fazia, fascinava a todos que o viam. A atração que exercia com as mulheres apenas cresceu com os anos, e nunca diminuiu. Elas o adoravam!

Era um bom jogador de beisebol e tênis, um nadador vigoroso, mas começou a não interessar-se tanto pelas atividades ao ar livre e preferia sentar-se no quarto e ouvir música. Estava se isolando. (68)

Ele escrevia muito, contos assustadores e sofisticados, que sempre mostravam uma percepção adulta do mundo. (70)

O estoque de Tylenol da casa começou a diminuir e os vidros vazios apareciam no seu quarto. Nick nunca admitiu tomar Tylenol em excesso. Naquela época ele estava começando a se sentir seriamente desconfortável em sua própria pele e procurava alívio onde quer que encontrasse.(71)

Danielle levou-o a um terapeuta, que após algumas consultas, disse que não via nada calamitosamente errado com Nick. (72)

Ele sentia um enorme prazer em se opor, e uma das melhores formas de fazê-lo era com suas roupas. O que Nick mais gostava era de chocar. (72)

6. – Sétima série: Para o fundo, devagar

Pela primeira vez em todos aqueles anos, Nick começou a criar problemas na escola, e eles perceberam. Danielle começou a receber telefonemas da escola. Ele estava sendo insolente e era abertamente desrespeitoso com seus professores. Nick achou extremamente divertido. (78)

A única coisa que o impressionou foi qundo ameaçaram mantê-lo fora do concurso de playback daquele ano, o que o encheu de pânico e o endireito por algum tempo até o concurso. (79)

A escola recomendou um novo terapeuta. O terapeuta voltou sua atenção para a família. Os sinais claros da doença ainda não haviam vindo à tona.(80)

Na sétima série vieram as drogas.

Aconteceu ainda um fato: Aos treze anos, Nick perdeu sua melhor amiga em um atropelamento. Isto o jogou em uma espiral de depressão. (84)

7. – Oitava série: O começo do desastre

Um dos primeiros sinais da doença de Nick, que piorou consideravelmente com o passar dos anos e que, mais tarde, mal era mantido sob controle pela medicação, era sua falta de controle de impulso. É típico da desordem de deficiência de atenção. Se punha uma idéia na cabeça, botava-a em prática imediatamente, para grande alegria de seus amigos, e para horror da família. Tinha amigos bem mais velhos que ele e encantava moças bem mais velhas. Ele era tão encantador, tão espirituoso, tão cheio de alegria, tão disposto a viver no limite e, ao mesmo tempo, tão caloroso e carinhoso, que mulher nenhuma resistiria. (87)

Danielle aprendeu que os hormônios da adolescência podem começar a revelar os primeiros sinais de doença mental. Porém, o que realmente a preocupava era que nada estava realmente ajudando Nick, e ela não sabia como ajudá-lo.

As coisas não iam bem na escola, os telefonemas reclamando do seu comportamento e falta de seriedade em relação ao trabalho escolar eram cada vez mais freqüentes. Estava constantemente em condicional e o diretor começava a ameaça-lo de expulsão se ele não se emendasse. Danielle estava muito preocupada com ele e sentia-se impotente.

Nick mantinha diários assiduamente, mas em seus esforços para respeitar sua privacidade, Danielle não os lia. Conforme os lê mais tarde, constata o quanto Nick estava deprimido e sentia-se diferente de todos.

Aos treze anos, ele pensa em suicídio e diz que acha que é maníaco-depressivo. (90)

Quando Danielle conversou com o terapeuta sobre o quão desesperadamente infeliz achava que Nick estava, ele não pareceu tão preocupado quanto ela ou talvez apenas não tenha demonstrado. Parecia que ele queria falar a respeito do trabalho de Danielle, sua fama e dos outros seus filhos. Ela sentia que Nick estava em crise e ninguém mais queria enxergar. (90)

Ele nunca parecia dormir e aparentava estar extremamente infeliz. Ela sentia-se impotente.Sugeriu ao médico uma medicação. Ele disse que Nick ainda era muito jovem para tomar o tipo de medicação que ela estava sugerindo. Danielle pensou em mudar de terapeuta, mas preocupou-se com o fato de que a mudança não fosse a melhor coisa para ele naquele momento. O seu terapeuta era extremamente bem conceituado. (91)

As coisas também não iam bem para Danielle. Seu sucesso atingira uma proporção descomunal, chamando a atenção dos jornais sensacionalistas. Tiveram muito trabalha para desenterrar fatos da vida de Danille e humilhá-la. Finalmente, entrevistaram o pai de Nick. Nick estava desesperado para fazer algo em defesa da mãe. Ligou para o pai deixando uma mensagem, dizendo o que pensava dele. A falta de controle de impulso de Nick estava a toda, mas seu coração e sua compaixão também estavam.(92)

As coisas chegaram a um ponto crítico quando Nick foi a uma festa e testemunhou um incidente no qual um garoto passou drogas para outro. A escola foi muito clara ao afirmar que Nick não fora participante, mas apenas um observador. E, por ter visto o que se passara, permitir que acontecesse e não relatar, e possivelmente também por ter causado tantos problemas para eles durante dois anos, eles o expulsaram, semanas antes da formatura. Foram arrumados professores particulares e Nick fez um bom trabalho, recebendo seu diploma, não podendo participar da cerimônia de formatura. Mas ainda haviam conseqüências maiores com as quais lutar. As escolas que o haviam aceitado para o segundo grau, retiraram suas ofertas. Danielle finalmente achou um colégio interno disposto a aceitá-lo. (96)

8.- Ele desaba

A estada de Nick no colégio interno foi muito curta. Danielle não recebeu avisos de qualquer problema. Dez dias após sua chegada, eles telefonaram. Disseram que havia algo muito errado com ele e que deixá-lo lá seria um convite ao desastre. Não queriam que ele tivesse outra expulsão no seu currículo, mas tinham absoluta certeza de que, se ele ficasse, arrumaria problemas. (97) Disseram que ele precisava de tratamento. Danielle sabia disso, mas eles eram os primeiros a dizê-lo. Ele não conseguia seguir regras, não tanto “não as seguia” quanto “não conseguia segui-las”. Não havia premeditação nas coisas que ele fazia ou deixava de fazer, apenas não conseguia acompanhar a música e manter o ritmo e, às vezes, para encobrir o fato, fingia que não queria fazê-lo. Porém eles enxergaram além.

Danielle concordava com eles, só não sabia o que ou quem iria ajudar. Apesar dos esforços, os dois psiquiatras que ele havia visto não o haviam ajudado, por melhores que fossem suas intenções. (97)

Danielle mais uma vez, ligou para vários conhecidos e conseguiu o nome de um consultor que lidava com crianças difíceis e recomendava escolas e soluções não ortodoxas para elas. (98)

Nick estava triste por ter saído do colégio interno. Conhecera pessoas lá de quem havia gostado, fizera alguns amigos e disse que iria sentir saudades. Na época Danielle não percebia que ele havia pensado em suicídio durante os últimos nove meses. (99)

O consultor fez duas sugestões, ambas inaceitáveis, e Nick e Danielle ficaram arrasados com o que ele disse. Danielle não queria livrar-se dele trancando-o em algum lugar. Queria ajudá-lo em casa. Danielle disse isto ao consultor. Em poucos dias, ele apareceu com uma sugestão interessante. Sugeriu um programa na selva projetado especialmente para crianças que tinham algum tipo de problema. Este programa manteria Nick ocupado durante três semanas, restabelecendo sua auto-estima enquanto procurava-se uma escola perto de casa para ele. (100)

O programa tinha algumas vantagens reais, a única coisa que Danielle não gostou foi que o consultor disse que o elemento “surpresa” era parte essencial do programa. De acordo com ele, Nick não deveria ser avisado ou ter permissão para se prepara, especialmente porque muitos garotos fugiam quando confrontados com algo tão diferente e assustador.

Danielle não gostava da idéia de surpreender Nick ou de assustá-lo. Parecia traição, no entanto, o consultor conseguiu convencê-la.

Nick parecia aterrorizado enquanto o homem que veio buscá-lo, explicava que eles iriam para o programa na selva dali a pouco. Nick não discutiu com ele. (102)

Perto do final do programa, o conselheiro disse que Danielle tinha que começar a pensar em uma escola para Nick. O conselheiro sentia que ele não conseguia lidar com a vida familiar. Ele precisava ser colocado em uma “escola especial”.(103)

Na volta, Nick iria direto do aeroporto para a escola, conforme a recomendação do conselheiro. (105)

No aeroporto, Nick estava receoso, mas disposto a dar uma chance.

No final da semana, a família foi visitá-lo. Os alunos tinham uma aparência catatônica e pareciam abandonados, sem esperanças. Nick contou o quanto era horrível. Disse que o diretor não morava na escola, como haviam dito; os inspetores erram duros com os garotos; a maioria dos garotos era violenta e não havia nenhum psiquiatra como haviam dito. Danielle achou melhor levá-lo embora, no entanto, John, o padrasto, disse que deveriam tentar mais um tempo, pelo menos até encontrarem um outro lugar. (116)

Danielle resolveu tirá-lo da escola. Isto fortaleceu a confiança de Nick nela. (117)

9. – Demônios

Assim que Nick foi trazido de volta da última escola, tiveram que começar tudo de novo. Precisavam de uma nova escola; um novo terapeuta e de um sistema de apoio competente.

Nick foi aceito em uma escola em outro município. Teria que viajar todos os dias. Foi arrumado um novo psiquiatra, muito bem recomendado. Danielle sabia que precisavam mais que isto. (119)

Um pediatra conhecido de Danielle, contou sobre um novo programa de tratamento antidrogas para crianças, que supostamente era dirigido por pessoas muito interessantes. Danielle explicou que não precisavam de um programa antidrogas, mas ele achou que, de qualquer maneira, valia a pena conversar com eles.

Partiram para o programa antidrogas, para conversar com uma mulher com a qual Danielle havia conversado no telefone. Ela parecia ser jovem; ativa e entusiasmada e Danielle gostou da maneira como ela reagiu quando lhe contou a respeito dos recentes problemas de Nick. Danielle só omitiu o fato de que achava que ele tinha problemas mentais. (120)

Seu nome era Julie, e, após uma entrevista, ficou decidido que Nick iria vê-la uma vez por semana, apenas para apoiar o que ele estava fazendo com o psiquiatra. Não havia motivo para colocá-lo no programa antidrogas, mas Danielle gostava do que ela tinha para dar, o espírito; a esperança; a vida que ela irradiava. Nem ela nem eu tínhamos muita certeza sobre qual seria sua utilidade, mas Danielle gostou de sua franqueza; honestidade e óbvia habilidade com Nick. E Nick estava igualmente entusiasmado com ela. (121)

Toda especialidade de Julie era na área de dependência química, mas seu verdadeiro dom era entender adolescentes. Ela gostava deles e gostava de trabalhar com eles. Ela parecia ter dom para isto, mas também os fez saber, que apesar de ter anos de experiência, não possuía treinamento formal para isto.(122)

A verdadeira decepção era o psiquiatra. A mensagem que Danielle recebia dele era de que Nick era um pirralho mimado e que seus problemas não eram importantes. E em resposta, Nick o odiava. (123)

Nick saiu-se bem na escola nos primeiros meses. Mas por fim as coisas começaram a piorar lentamente. Ele estava ficando deprimido novamente e fazendo experiências com drogas.

Ele estava se isolando novamente em seu quarto. Julie era incansavelmente criativa ao propor soluções para tornar a vida de Nick mais agradável. Também parecia encontrar formas de se comunicar com Nick, mesmo quando a família não conseguia. (124)

Danielle falou com sua terapeuta e ela disse algo que ninguém jamais dissera. Disse que, apesar de nunca tê-lo visto, suspeitava que ele fosse, realmente doente mental em um grau muito sério, possivelmente esquizofrênico ou maníaco-depressivo, o que chocou Danielle e ela demonstrou surpresa pelo fato do terapeuta dele não haver demonstrado uma preocupação maior a seu respeito.

Ela também disse que, quando Danielle parasse de ter expectativas normais a respeito dele e o tratasse como “nossa tia louca que mora no sótão”, as coisas ficariam melhores ou, pelo menos, seriam mais realistas. Isto chocou Danielle, mas sabia que ela tinha razão. Que diferença fazia se ele descia para jantar? Na verdade, seria melhor se ele não descesse.

Passou a ter uma aparência descuidada, recusava-se a pentear o cabelo e parecia ter prazer em torturar todo mundo ao começar discussões e ser insultuoso noite e dia e especialmente em todas as refeições.(125)

Em questão de meses, Nick parecia ter perdido tanto o autocontrole quanto o respeito por si mesmo e mergulhado descontroladamente num abismo de depressão. (125)

Julie começou a vê-lo em casa diariamente. Sua influência calmante, suas percepções aguçadas e palavras sábias não apenas tornavam a vida de Nick mais suportável, mas também a da família. Ela era como uma intérprete entre facções em guerra. (126)

Danielle estava preocupada com o fato de que o tempo que ele passava com o psiquiatra estava surtindo pouco efeito e, até então, ninguém havia sugerido medicação. (127)

Tentamos escrever contratos com ele, os quais ele discutia por horas, negociava interminavelmente, acabava assinando e quebrava minutos ou horas depois. Os contratos eram inúteis. (127)

Conforme o ano escolar foi chegando ao fim e ele fez 15 anos, passou a ter cada vez mais problemas na escola. Finalmente chamaram e disseram que ele precisava de algum tipo de tratamento antes que pudesse voltar no outono. (133)

10. – Programas, avaliações, e finalmente medicação. Surge uma pequena esperança afinal

Até então, ninguém havia dado um diagnóstico seguro de seu problema , ou uma solução que funcionasse.

Julie sugeriu colocá-lo em um programa no qual conhecia várias pessoas na diretoria. Precisavam de um lugar onde pudessem colocá-lo até que ele recuperasse um pouco de equilíbrio. Ele não criou nenhum problema desta vez, mas em poucos dias, ficou claro que ele era incapaz, àquela altura, de se adaptar às regras e fazer o que eles queriam. Ele havia se desintegrado tanto no último mês que, frente a todas as exigências, tudo o que conseguia fazer era se fechar emocionalmente e ficar na cama, dormindo. Ele estava lentamente se tornando um vegetal, perdendo contato, perdendo seu controle, perdendo a vontade de viver. (143)

Julie e Danielle tomaram a decisão de tirá-lo do programa.

Ele estava numa depressão profunda. Não saía da cama. (144)

Danielle implorou ao psiquiatra uma medicação para Nick. Ele encaminhou para uma avaliação com um psicólogo. A avaliação e os resultados demoraram interminavelmente.

Finalmente foi apontada a possibilidade dele ser bipolar. (147)

Sugeria também que Nick era portador de DDA (Desordem de Deficiência de Atenção). (147)

Eles receitaram um remédio da família do Prozac. (147)

Nick estava novamente tendo problemas na escola. Não fazia seus deveres e sua falta de controle estava ficando séria e cada vez mais difícil de explicar aos professores. Ele não conseguia mais funcionar em uma escola normal da maneira usual. Quando estava fazendo exatamente um ano que ele estava lá, pediram que fosse retirado da escola. Era hora de uma nova escola.

Nick e Danielle haviam visitado uma escola de certa forma incomum meses antes, mas agora era perfeita para ele. Danielle foi conversar com o diretor da escola, contando-lhe a situação. O diretor estava disposto a aceitar Nick e lidar com seus problemas.

Nick conseguiu um pequeno descanso então. Estava tomando a medicação, ajustando-se à nova escola e conseguiu uma folga inesperada. Havia momentos em que Danielle ainda esperava que forças externas fizessem diferença para ele. Porém, como com todos os portadores de transtorno bipolar, os poderes que os alimentam ou afogam são internos.

Naquela época, estavam desenvolvendo um programa de TV que era um noticiário para crianças, com supervisão de adultos. E, após uma entrevista inicial, Nick foi contratado como um de seus principais “repórteres”. Era uma oportunidade maravilhosa e divertida para fazer e, durante algum tempo, ele adorou.

No entanto, sua falta de controle de impulso, fez com que terminasse sua curta carreira na TV. Ele começou a discutir e a ser difícil em relação às matérias que eram dadas a ele e brigou com o produtor e com o diretor mais de uma vez sobre o problema do assunto das reportagens. Nick declarou que não iria mais fazer o programa. Como todas as coisas que ele “não iria fazer”, sempre era mais um problema de “não conseguir” do que “não fazer”. (152)

11. – Para cima e para baixo. Melhorando e piorando, e melhorando. Como uma gangorra. E, finalmente, um diagnóstico

Julie arranjou um novo psiquiatra para Nick. Era inteligente, prático e sensato.

Danielle e ele conversaram por telefone e ele disse que o problema de Nick parecia ser químico e muito provavelmente a família tinha pouco ou nada a ver com isso, dado o que ele sabia sobre eles. Precisava da medicação certa.(158)

O DR. Seifried fez um diagnóstico bastante direto. Acreditava que Nick tivesse Desordem de Deficiência de Atenção e doença depressiva, e havia uma possibilidade de ele ter algum ligeiro dano neurológico. Também havia a possibilidade de que Nick fosse atipicamente bipolar, o que tornara o diagnóstico difícil. Aparentemente, adolescentes com transtorno bipolar são mais difíceis de diagnosticar do que adultos. Era principalmente uma questão de reajuste químico. (159)

Afinal alguém confirmou as suspeitas de Danielle, de que ele tinha uma doença mental grave. (162)

Danielle sentia-se triste por Nick e pelo fardo que ele carregava e alívio por afinal ter uma ligeira idéia do que fazer a respeito. Mas Danielle não sentia vergonha dele ou da família.

O médico sugeriu o Prozac e, se ele se desse bem com o remédio, tentariam acrescentar outra medicação mais tarde, ou mesmo várias, mas o médico ainda não determinara quais, teriam que ir tentando. (162)

Nick estava claramente menos agressivo e menos agudamente infeliz do que havia estado. Poderia não ser a solução perfeita, mas estava ajudando.

Julie e Danielle decidiram procurar algo para ele fazer no verão. Então começaram a procurar um programa de verão que servisse para ele e o deixasse ocupado. Mesmo medicado ele não era fácil de lidar. Seu controle de impulso era insignificante e ele fazia praticamente tudo que lhe desse na cabeça, se a idéia agradasse. (164)

O DR.. Seifried explicou que a percepção de dor de Nick provavelmente era um tanto imperfeita, não devido aos remédios que ele estava tomando, mas como resultado da DDA e possível transtorno bipolar. (164) Ele já havia provado isto quando resolver raspar o cabelo em casa, e cortou a cabeça em cem lugares. Aparentemente, pessoas com DDA nem sempre percebem quando se machucam e simplesmente vão em frente. (165)

Tudo isto dificultava encontrar alguma atividade que Nick pudesse fazer no verão. Finalmente Julie encontrou uma colônia de férias ao ar livre, que cuidava de crianças com “necessidades especiais”. Parecia concentrar-se principalmente em garotos que haviam usado drogas, mas disseram que também havia outros garotos como Nick. Não havia condições dele viajar com as crianças da família.(166)

Externamente para a maioria das pessoas, ele parecia uma pessoa normal; obstinado; que usava roupas malucas e modernas, indisciplinado. A maioria das pessoas achava que ele era apenas difícil. E sua mente brilhante, sua boa aparência e charme as seduziam. Porém Nick era muito diferente. (166)

Danielle decidiu contratar acompanhantes para Nick, algém para ficar de olho nele o tempo todo, garantir que ele estivesse em segurança e levá-lo aos lugares. Paul e Cody gostaram de Nick e Nick gostou deles.(170)

Julie levou-o para a colônia e Danielle foi para Paris com o marido e os outros filhos.

Danielle recebeu o primeiro telefonema dele alguns dias depois de ter chegado a Paris. Era de madrugada para ele e ele parecia estar em pânico.

Nick disse que na colônia não estavam dando a sua medicação e que ele estava ficando mais maluco a cada dia que passava.

Ele parecia ansioso, e era raro que ele chamasse a si mesmo de”maluco” ou assumisse o quanto precisava de medicação. Por um momento Danielle achou que ele poderia estar inventando isso para que fosse trazido para casa. Ele parecia ter cinco anos de idade.

Danielle implorou para que ele agüentasse firme e telefonou para Julie, apesar de ser madrugada para ela. Porém, ela nunca reclamou de telefonemas à meia-noite durante uma crise. Como Danielle, ela achou improvável que estivessem recusando a medicação de Nick, mas quando ligou para eles, disseram que ele teria que ser responsável por tomar seus remédios sozinho e que tinha que estar na sala dos medicamentos às sete horas da manhã ou não poderia tomá-los. E que, até então, ele não tinha sido capaz de fazer isto.

Ambas entraram em pânico quando ouviram isto. Contavam com a colônia para dar a medicação a Nick. Não para esperar que ele fosse responsável por ela, o que ele não podia fazer. (175)

Aparentemente ele invadiu o depósito de remédios na enfermaria aquela noite e se serviu de alguma coisa, sabe lá Deus o que, para diminuir sua ansiedade, e eles ficaram furiosos com isto. Porém, conseguir estar na sala de medicamentos às sete horas de todas as manhãs era mais do que ele podia agüentar.

No dia seguinte, Nick ligou quando eram duas horas da manhã para ele. Disse que iria embora dali. Não podia mais ficar. Ainda não haviam lhe dado os remédios.

Sem sua medicação, seu controle de impulso devia estar muito baixo.

Danielle pediu que ele agüentasse até Julie ir pegá-lo no dia seguinte.

Três horas depois, Nick ligou para Danielle na hora em que ela estava chegando em Londres.

Ele parecia meio maníaco. Disse que estava em uma cabine telefônica no meio da estrada. Danielle perguntou se perto havia alguma coisa. Ele disse que havia um motel do outro lado da rua. Danielle deu as instruções que ele deveria ir para o motel e arrumar um quarto, não saindo de lá até que alguém fosse buscá-lo. (177)

Camilla, a babá da família pegou dois aviões para ir pegá-lo cinco horas depois.

Julie acabou indo também. Nick disse para ambas que se sentia completamente desequilibrado e, pela primeira vez, disse a Julie que queria e precisava ir para um hospital até ficar “normal”. (180)

Danielle acertou isto com o médico de Nick por telefone e ele foi para o hospital. (181)

12. – Um verão longo e difícil

Os relatórios que Danielle recebia do hospital, diziam que Nick precisava de tratamento residencial e que se beneficiaria se ficasse por tempo indeterminado, talvez durante todo o verão ou mais. E Nick estava muito infeliz com isto. Mesmo com a medicação, ele parecia estar piorando em vez de melhorar. Danielle não tinha certeza se ele estava chateado por estar no hospital ou se ele estava piorando do ponto de vista psiquiátrico. Ele estava pálido; cansado e falava coisas irracionais. (190)

No hospital, prometeram que fariam tudo para ajudar. Mas ele parecia cada vez mais deprimido cada vez que Nick falava com ele. Por fim, ele parou de falar com qualquer pessoa. Ele não conseguia seguir as regras deles, eles não estavam fazendo nada por ele, e tudo que ele queria era voltar para casa. Parou imediatamente de cooperar com eles e a solução que encontraram foi enchê-lo de remédio para dormir; botá-lo no “quarto silencioso” e deixá-lo dormir a maior parte do tempo. Danielle sentiu que haviam tentado algo que não só não havia funcionado, como havia feito com que piorasse. O Dr. Seifried concordou que não havia motivos para que ele ficasse mais lá. (193)

13. – Um novo lar para Nick

Danielle deixou que ele fosse ficar com Julie por alguns dias e Nick fugiu. Naqueles dias, ele estava suficientemente desequilibrado para que seu desaparecimento fosse uma grande preocupação. O DR. Seifried sugeriu um outro hospital. Ficou hospitalizado durante seis semanas. Era óbvio que suas condições hviam piorado nos últimos meses, e cuidar dele agora era um trabalho em tempo integral. Ele ficava facilmente explosivo; ansioso; retraído e freqüentemente com raiva de Danielle. Havia piorado consideravelmente, e Danielle percebeu que, se era assim que a vida iria ser, as outras crianças seriam sacrificadas por ele. Não havia mais jeito de se ter uma noite tranqüila; uma hora calma; um jantar relaxado ou mesmo cinco minutos fáceis com Nick em casa. (198)

O movimento dos vários irmãos, dixavam Nick nervoso demais.

A sugestão de Julie, foi que Nick fosse morar com a família dela. Julie tinha dois filhos, de oito e quatro anos. Ela discutiu o assunto com o marido, que estava disposto a tentar. Danielle sabia que se Nick fosse morar com ele, nunca mais teriam outro momento de paz; tranqüilidade. Para Danielle, mudá-lo de casa, parecia a derrota absoluta. O que a fez considerar a proposta, foram as crianças. Danielle sabia que, se Nick piorasse, ou mesmo, ficasse no estado em que se encontrava na época, sobraria muito pouco dela para as crianças. Danielle estava o tempo todo envolvida com Nick. As crianças, acima de todos, estavam pagando um alto preço por morarem com ele.

Foi uma decisão, à qual Danielle chegou após sofrer muito. Não queria abrir mão dele. Parecia uma derrota. (200)

Foi um arranjo que deu certo para ele Os Campbell eram totalmente altruístas em seus sacrifícios por ele. No final, foram eles que o impediram de passar a vida em uma instituição. Tornaram possível que Nick crescesse feliz, tivesse uma vida que funcionasse para ele e permitiram que os outos filhos de Danielle desabrochassem sem ter a pressão de conviver com a doença de Nick todos os dias. (201)

Só funcionou por causa da enorme capacidade de Julie para amá-lo; sua generosidade de espírito e seu constante sentido de justiça ao respeitar Danielle como a mãe de Nick. Ela nunca tentou tomar o lugar de Danielle.

Nick chamou isto de “time de revezamento de mães”. (201)

E era mesmo um “time de revezamento de mães”, uma ajudava a outra nas dificuldades; nos momentos difíceis; trocavam idéias e sentimentos. Era realmente uma parceria. (202)

14. – Finalmente, um milagre

Pouco depois de Nick ir morar na casa de Julie,encontraram um médico em Los Angeles, especializado em transtorno bipolar e DDA. O médico fez o diagnóstico claro de transtorno bipolar e prescreveu lítio. Disse que se o lítio fosse inadequado para Nick, não aconteceria nada, porém, se fosse a solução certa para ele, poderiam presenciar um milagre dentro de quatro semanas. Havia um risco potencial para seus rins, mas eram seus rins ou sua vida. (208)

Poderia tomar o lítio e o Prozac. O DR. Seifried concordava com o médico de Los Angeles (209)

Não havia como negar os resultados três semanas depois. Nick era outra pessoa. Feliz; bem-humorado; sadio; calmo; tirando dez na escola. (210)

Durante todo aquele ano, ele se dedicou à música, à sua banda. Ele era talentoso. (211)

15. – Música, música, música!

Nick falava bastante a respeito da banda, porém, Danielle ficou surpreendida quando o viu tocar com o Link 80 pela primeira vez.

Ele realmente tinha um enorme talento e estava disposto a trabalhar tanto quanto tivesse que trabalhar para vender a banda. Ele era extremamente respeitado pelas pessoas do meio. (213)

Ele estava disposto a trabalhar até cair para conseguir o que queria, e se divertia enquanto trabalhava. (217)

O relacionamento de Nick com todos os seus irmãos passou a ser muito bom. Apesar dos conflitos que tivera com seus irmãos mais novos nos primeiros anos, quando amadureceu e passou a tomar lítio, tornou-se um irmão mais velho amoroso, protetor e muito escrupuloso. (219)

O que Nick fazia nos palcos era exaustivo, mas ele nunca parecia cansado quando o estava fazendo. Parecia que ele poderia continuar para sempre. (225)

Aos 17 anos, Nick lançou dois discos e tinha 18 anos quando seu primeiro CD foi lançado. Gravou vários CDs. Aos 18 anos, Nick não apenas estava cantando, mas empresariando a banda, agendando turnês para eles pelo estado. Ele arrumou publicidade, organizou um vídeo. Parecia estar equilibrando uma dúzia de pessoas envolvidas perifericamente em sua carreira. E fazia tudo entre apresentações e ensaios. (225)

Ele, apesar de toda esta atividade, não deixou de ir bem na escola. Ele ficou aliviado quando a escola o colocou como “estudante independente” quando estava no último ano. Nick encarou esta transição como uma bênção, mas na realidade isso aconteceu por vários motivos. Ele ficava acordado até tarde da noite e, pela manhã, quando ia à escola, “desabava”. Dormia sem cerimônia, todos os dias no sofá da recepção. O incidente final que os levou a liberá-lo, foi que discordou do que alguém disse e, para se divertir, abaixou as calças na frente de todo mundo. Mais uma vez era a batalha de Nick contra seu controle de impulso. Mas eles estavam dispostos a mantê-lo como parte do corpo estudantil, desde que ele comparecesse para as provas e enviasse seus deveres. (229)

16. – Dois tiros de advertência ecoam no silêncio

Quando Nick tinha 17 anos, Danielle separou-se de John. Quando contaram às crianças, todas ficaram estremecidas. Nick mal pareceu notar, ficou calmo, diferente de todos os outros. Mas começou a fazer cenas dois dias depois e continuou a fazê-lo durante semanas, até que foi internado por duas semanas. Ele não tinha estabilidade para agüentar aquilo. Quando se habituou com a idéia, Nick lidou com a situação tão bem quanto qualquer outro. (232)

Ele fez 18 anos e foi um acontecimento importante para ele. Para ele, simbolizava liberdade e a fase adulta. Era como se ele houvesse esperado que seus problemas, junto com sua doença, desaparecessem como mágica no dia de seu aniversário. Porém, mesmo depois de completar 18 anos, ele continuava preso às mesmas limitações e ficou infeliz com isso. (233)

Começou a ameaçar se mudar da casa de Julie, onde morava havia quase dois anos, e de repente recusava-se a fazer coisas que esperavam que fizesse ou que tinha que fazer. (232)

Nos hospitais psiquiátricos em que ele ficava ocasionalmente, havia assistentes sociais especializados em doenças mentais que explicavam os direitos de pessoas como Nick e lhe diziam que tinha o direito de escolher. A escolha que Nick fez foi parar de tomar o lítio, e a realidade era que não podiam forçá-lo a tomar. Pelo menos oficialmente, ele agora era um adulto. (233)

Tentaram lhe dar independência de outras maneiras. Ele recusava-se terminantemente a tomar a medicação. Dizia que sentia-se bem, que o lítio o havia curado e que não precisava mais tomá-lo. Conforme os dias foram passando,tornou-se cada vez mais difícil de se lidar. Precisava ser hospitalizado e não concordava. Acabou indo, mas saiu imediatamente dois dias depois. Sem a medicação, estava ficando maníaco e, uma depressão devastadora viria depois. (234)

Danielle conseguiu negociar com Nick que se ele voltasse atomar a medicação, ela faria algo que ele quisesse. Ele pediu camisetas para a banda e concordou em voltar a tomar a medicação. O médico pediu que esperasse três dias para ajustar a dose.

Nick tomou uma overdose de alguma coisa. Julie encontrou-o e o manteve através de ressuscitação cardiovascular até que os paramédicos chegassem. Tiveram que reanima r seu coração várias vezes.

A falta de lítio aparentemente acabara por atingi-lo e ele tentara suicídio. Usou heroína e uma variedade desconhecida de drogas e venenos para fazê-lo. Advertiram Danielle que ele estava em estado extremamente crítico e, mesmo que sobrevivesse, teria danos cerebrais. (237)

Nick permaneceu no pronto-socorro por oito dias, mas no final da semana eles pediram muito responsavelmente, para removê-lo. Disseram que não estavam equipados para ajudá-lo psiquiatricamente e que o hospital não tinha condições de protegê-lo. Voltou a tomar a medicação. (240)

Miraculosamente eles estavam começando a achar que ele poderia se recuperar completamente. Àquela altura, suas funções cerebrais estavam garantidas e ele não sofrera danos permanentes. Foi removido para um hospital com ala psiquiátrica. (241)

No novo hospital, Nick tentou novamente, tomando uma overdose de alguma coisa que os amigos levaram para ele. Estava fora de perigo. (246)

17. – Terceiro aviso

Com sua segunda tentativa de suicídio, Nick inadvertidamente deu um trunfo a quem cuidava dele. Ao se colocar em perigo pela segunda vez, ele deu o direito legal de hospitalizá-lo sempre que sentissem que ele precisava, ou se parasse de tomar sua medicação. (249)

Com seus níveis de lítio novamente altos, Nick parecia normal. Estava trabalhando duro com a banda.

Tentou novamente, tomando uma overdose durante a noite. Nick voltou mais uma vez para o hospital com ala psiquiátrica. (250)

Três tentativas em três meses era aterrorizante. Danielle estava apavorada. (251)

Porém, depois da última tentativa, Nick parecia estar melhor do que nunca. Pela primeira vez na vida ele parecia aceitar tanto a doença quanto suas responsabilidades. (254)

A banda estava decolando e Nick adorava isto. Eles haviam agendado uma turnê de dez semanas pelo país. Seus acompanhantes iriam com ele e, Julie iria encontrá-lo todas as semana para checá-lo. (258)

18. – Verão desastroso

Pouco antes de Nick sair em turnê, ele machucou as costas. Estava com um disco inflamado, o que o preocupava, dado os desafios atléticos de sua apresentação no palco. Ele saltava, pulava, se contorcia, ele girava, o que não seria fácil com suas costas doendo. De alguma maneira ele pensou que a turnê havia sido agendada de tal forma que eles não passassem mais de quatro ou cinco horas por dia no carro. Porém a noção de tempo de Nick nunca foi perfeita. No final, eles estavam encarando de 12 a 15 horas por dia dentro do carro entre as cidades em que tocavam. Ficar sentado em uma van lotada, com outros nove rapazes, durante 15 horas por dia, seria difícil para ele, e ele sabia disso. (259)

Os aspectos musicais e de apresentação da turnê a princípio correram bem, mas os rapazes eram jovens e as tensões entre eles eram inevitáveis. Presos em uma van 12 horas por dia, espremidos, freqüentemente com calor e cansados depois de apresentações tarde da noite e poucas horas de sono, eles começaram a discutir, o que não surpreendeu ninguém. A turnê era muito mais dura do que qualquer um deles havia previsto. Mas Nick achava que era importante para o futuro deles e continuou pressionando. Às vezes, quando não gostavam do que estava acontecendo, eles o culpavam, pois ele era o empresário do grupo e era responsável por tudo que faziam, e todos eles, incluindo Nick, foram verbais a respeito de seus desconfortos e suas contrariedades. (260)

As reclamações que os outros garotos faziam a seu respeito o aborreciam. Faziam com que ele achasse que não gostavam dele ou de seus incansáveis esforços. Nick sentia que a responsabilidade em relação à banda estava toda em seus ombros. E como era ele que organizava tudo, trabalhando com os agentes de casa de show, dando telefonemas intermináveis, assim como escrevendo canções, se apresentando e organizando os ensaios, não estava enganado. (260)

Fazer uma turnê com a banda significava tudo para ele. (261)

Um esquema de horários complicado foi estabelecido para Paul e Cody, seus acompanhantes, para que viajassem alternadamente com ele. Julie planejava viajava para encontrá-lo uma vez por semana, viajar com eles durante vários dias e se assegurar de Nick estava agüentando as pressões físicas e psicológicas. Julie tinha até mesmo uma lista de hospitais pelo caminho, para onde ele seria levado a fim de checar seus níveis de lítio. (261)

Depois de dez dias de viagem, Julie achou que a turnê era demais para Nick e pensou na possibilidade de cancelar a turnê e trazê-lo para casa mais cedo.

No dia seguinte, Nick chegou a falar para Julie, que estava se sentindo estressado e deprimido e que ele mesmo estava começando a achar que não podia fazer aquilo.

Danielle achou que se voltasse para casa, o impacto total do que isso significava para seu início de carreira o atingiria mais tarde e poderia destruí-lo. Danielle ficou com medo de que se ele fosse embora, ele se sentisse um fracassado para sempre. (263)

Nick pediu a Julie que o fosse encontrar alguns dias antes do planejado e lhe falou que iria contar para a banda que estava indo embora. Julie pegou um avião para encontrá-lo naquela noite. Mas antes fez Nick prometer que não diria nada para os outros membros da banda, a respeito de sua idéia em partir antes que ela chegasse lá. E é claro que Nick prometeu. Ela queria ajudá-lo a lhes dar a notícia, se ele estivesse falando sério. Porém, a inevitável falta de controle de impulso fez com que a promessa, como a maioria das que ele fazia, fosse quebrada. Antes que o avião dela tivesse decolado, ele resolveu cuidar sozinho do assunto. E em vez de lhes expor sua doença, o que nunca fez, ele a guardou como um segredo que não partilhava com ninguém. Em vez disso, disse o quanto não gostava mais deles e que estava indo embora. E, como era de se esperar, eles ficaram enlouquecidos. Julie planejara discutir a questão com Nick a fundo e, se necessário, ajudá-lo a sair graciosa e diplomaticamente. Mas, em vez de sair graciosamente, ele insultou todo mundo, deixou-os furiosos com ele e, quando Julie finalmente chegou, os garotos estavam discutindo há oito horas, dizendo a Nick o quanto ele não prestava, por querer abandoná-los. Eles não conseguiam entender seus motivos e ele respondia com críticas e insultos.

Os garotos com os quais ele trabalhava, não faziam idéia da batalha diária na qual ele estava envolvido, a seriedade dos medicamentos que ele tomava, o quanto ele dependia deles ou que Cody e Paul eram, na verdade, acompanhantes psiquiátricos. (264)

Porém, quando chegou, Julie os encontrou em uma discussão Acalorada, e Nick confessou-lhe em particular que não soubera o que ou como lhes dizer, ou como lidar com sua própria sensação de fracasso. Foi a primeira vez em que ele admitiu isso quando não se sentia bem, ou pediu ajuda. Sabendo que ele estava realmente perturbado e falando sobre ir para casa, Julie achou que seria inteligente fazer isso.

Mas, sem Nick, não havia turnê, não havia banda nenhum futuro imediato para a Link 80.

Naquele ponto, não podiam continuar sem Nick, e sabiam disso. (265)

Mas Nick estava se sentindo profundamente deprimido pelo que eles estavam lhe dizendo.

Para lidar com seus temores, Nick os chamava de canalhas e dizia que os odiava. Isto dificultava tudo. (265)

Julie fez com que todos se acalmassem para passar a noite e, no dia seguinte, enquanto Nick dormia, passou cinco horas conversando com os outros garotos e tentando explicar a situação a eles. Chegara o momento, ela sabia, de parar de esconder a doença de Nick. Porém, compreensivelmente, suas implicações e sua severidade, e os riscospotencialmente desastrosos para ele, eram mais do que eles podiam entender. Eram adolescentes e ingênuos, e ela estava lhes descrevendo uma doença que, para a maioria das pessoas, é efêmera e confusa. (265)

E quando Nick acordou, Julie os havia convencido a dizer a Nick o quanto gostavam dele, o que fizeram. E, ao ouvir isto, Nick anunciou que havia decidido que queria ficar e continuar a turnê. A posição de Nick se invertera completamente nas últimas 24 Horas. Ele disse a Julie que, se ela o fizesse partir com ela, ele fugiria, desta vez para valer. E recusou-se terminantemente a ir para casa com Julie. (266)

Então Julie ficou e viajou com eles durante algum tempo. Ela ficou de olho em Nick e o estado dele melhorou. (268)

Julie viajava uma vez por semana para estar vários dias com ele. Alugava um carro e fazia com que ele viajasse só com ela, para que pudessem conversar e ela pudesse realmente sentir como ele estava passando. (269)

Já haviam estado em turnê durante oito semanas e faltavam três semanas antes de terminarem. Ele confessou a Julie que sabia que, a não ser que pudesse agüentar os rigores daquela vida, suas tentativas de fazer carreira na música seriam infrutíferas. E o que ele havia descoberto em oito semanas de turnê era que sentia que não conseguiria e isto se traduzia como fracasso para ele. Ele agüentara notavelmente, mas seu estado de espírito estava se afundando. Como os outros, ele estava exausto. Mas, diferentemente dos outros, ele travava uma batalha com sua doença. Desgastava-o demais, e as tensões daquele estilo de vida lhe custavam muito. Ele começara a lutar uma batalha diária contra a depressão. (271)

Quando a turnê estava na nona semana, Nick saiu uma noite com a banda, ficou bêbado e fumou um baseado, o que era potencialmente desastroso para ele. Os garotos avisaram Paul, que foi buscá-lo e avisou Julie. Nick estava em pânico com o que havia feito, sabendo que para ele isso era sinal que estava desmoronando e não poderia continuar.

Nick sabia que tinha que ir para casa, mas também sabia que seu acordo com a banda era que, se tivesse que abandonar a turnê, em qualquer momento, eles o despediriam. Eles não discutiram. Nick ficou arrasado, a sensação de fracasso era total. A banda era tudo pelo que ele havia vivido e trabalhado. (274)

O que Nick esperava era que eles se compadecessem quando chegassem em casa e pedissem para ele voltar.

Ficou na cama durante dias e semanas, dormindo e se aproximando a cada dia da beira da destruição. (276)

Os rapazes da banda não telefonaram para ele quando voltaram para casa, nunca pediram para que voltasse.

Para Nick, o sonho havia acabado. Julie começou a conversar com ele sobre começar uma nova banda.

Três amigos dele permaneceram ao seu lado e um deles incentivava Nick para a nova banda. Compunham músicas. Chamavam pessoas que conheciam, reuniam músicos. Ele batizou a nova banda de Knowledge. (283)

19. – Ovos mexidos à meia-noite

Nick ficou ocupado novamente. Estava constantemente correndo, telefonando para as pessoas, determinando coisas, organizando, escrevendo, gravando, ensaiando. Era como se sentisse que tinha que recuperar o tempo perdido. Já tinha uma banda, uma fita, um monte de canções e shows agendados.

Freqüentemente, Nick aparecia depois dos ensaios, perto da meia-noite, e trazia alguns membros da banda com ele. Comiam ovos mexidos. (285)

Era uma oportunidade para Nick e Danielle conversarem e partilharem coisas.

No dia 19 de setembro de1997, Nick tomou uma overdose de morfina. Morreu instantaneamente.

Nick sabia que havia tido uma reação anafilática à mesma substância três vezes antes e lhe disseram que, sem sombra de dúvida, se ele fizesse aquilo novamente, isso o mataria. Pelo que Julie podia imaginar, ele tomara mais ou menos de duas a cinco vezes a quantidade que tomara antes. Queria ter certeza dessa vez. E teve. (289)

Não fazia sentido porque desta vez as coisas estavam indo tão bem para ele, ele estava feliz. O show na noite anterior fora brilhante. Teria sido desespero ou insensatez maníaca?

Pessoas com transtorno bipolar raramente se matam quando estão em depressão profunda. Esperam para fazê-lo quando estão se sentindo melhor, ligeiramente maníacos e têm força para fazê-lo. (290)

20. – Um mar de rosas amarelas

Danielle reuniu as crianças para contar o que havia acontecido. Choraram juntos durante muito tempo e Danielle lhes disse que o que quer que fizessem, como quer que decidissem enfrentar aquilo, era escolha deles...se quisessem ter amigos por perto, se precisassem sair, se quisessem ficar sozinhos, ou ficar com ela...o que quer que fizessem, precisassem ou quisessem era justo e razoável (contanto que não fosse perigoso para eles). Mas Danielle lhes mostrou que não havia um jeito certo de fazer isso e tudo o que pediu era que fossem carinhosos uns com os outros. (298)

A vida tem a ver com sonhos, esperanças e coragem. A coragem de continuar, mesmo depois que aqueles que amamos nos deixaram. (308)

Posfácio

Nick ficava aterrorizado com a perspectiva de fazer vinte anos. Dizia que queria ser adolescente para sempre. Ele disse e assim será. (312)

Quanto à família imediata, existem dias bons e dias ruins, épocas difíceis e épocas tristes, e épocas felizes. Recorrem aos milhões de lembranças que tem de Nick e extraem forças uns dos outros. Todos ainda sentem uma terrível falta dele. As vidas mudaram para sempre, mas também cresceram. Todos imaginam como seria a vida se Nick estivesse com eles, mas, de muitas maneiras, ele ainda está. (317)

 

Apreciação pessoal sobre o livro

Livro que nos passa a experiência de uma mãe com a doença mental do seu filho, desde seu nascimento, até sua morte. Mostra desde a percepção confusa de que havia algo de errado com o filho; a incapacidade de profissionais de chegarem a um diagnóstico e tratamento adequados, até a determinação da mãe e de outros profissionais em compreender; conviver e oferecer o que tinham de melhor.

Sua leitura pode enriquecer a trajetória de todos os profissionais envolvidos nas áreas de educação e saúde.

 

 

Nome do autor da resenha e data: Désirée Pereira Jorge Bettega, 2004.