Resenha de Livro
Curso de Formação em Terapia Relacional Sistêmica
Psicóloga Solange Maria Rosset

 

Nome do Livro:

O corpo onírico nos relacionamentos

 

Autor do Livro:

Arnold Mindell

 

Editora, ano de publicação:

SUMMUS EDITORIAL - 1991

 

Relação dos capítulos

•  A LINGUAGEM DO CORPO ONÍRICO

•  OS ESTUDOS DE FAMÍLIAS

•  O TRABALHO COM PROCESSOS LOCAIS DE INFORMAÇÃO

•  ESTRUTURAS DE COMUNICAÇÃO

•  CANAIS E SINAIS

•  LIMITES

•  SINAIS DE CASAIS

•  O TRABALHO COM CASAIS

•  PROCESSOS TÍPICOS DE RELACIONAMENTO

•  O CORPO ONÍRICO UNIVERSAL

•  A ATITUDE DO TERAPEUTA

•  PSICOLOGIA PLANETÁRIA

•  PONDERAÇÕES

 

Apanhado resumido sobre cada capítulo

A LINGUAGEM DO CORPO ONÍRICO

Neste capítulo, o autor coloca a importância da vinculação da teoria da comunicação, do trabalho corporal e onírico (estes individuais) à terapia familiar; a importância de o terapeuta familiar se comprometer não só com o grupo, mas com o indivíduo, pois este é parte de um sistema maior e, como tal, ele é um canal de expressão desse sistema, com sua percepção e seu modo de se relacionar específicos.

Baseou seu trabalho focado nas relações, lidando com os padrões subjacentes nas questões a elas ligadas.

Para ele, as pessoas se comunicam através de duas linguagens: uma intencional, outra não intencional ou onírica. Usa o termo "trabalho processual" por ter sua atenção voltada aos processos intencionais e não intencionais, e também à flexibilidade relacional.

OS ESTUDOS DE FAMÍLIAS

Aqui, ele se remete aos conceitos Freudianos de transferência e contratransferência, vistos como sintomas neuróticos; à contribuição de Jung, que foi além, observando que qualquer elemento desconhecido no interior do paciente poderia ser projetado no terapeuta, negativa ou positivamente; à importância que o Gestalt-Terapia deu ao encontro; à espontaneidade da comunicação e ao campo em que o indivíduo estava inserido.

Fala que o terapeuta entra no processo do cliente, o que exige instrumental e referencial particulares de compreensão, e que é necessário se expandir e reavaliar o modelo da Psicoterapia centrada no indivíduo.

Tanto Freud quanto Jung observaram a importância dos relacionamentos pais/filhos. Já a terapia familiar considera a família como um todo.

O TRABALHO COM PROCESSOS LOCAIS DE INFORMAÇÃO

Aqui, o autor aborda considerações sobre o indivíduo e sem relacionamento com o coletivo. Partindo da explicação causal, considera a teoria de campo, os complexos que se manifestam em sonhos, a projeção e sinais, através do corpo, do corpo onírico, em gestos, posturas, voz, sons, ruídos, frases.

Relata o modo de trabalhar com os sinais duplos: com respeito, inicialmente, por serem manifestações inconscientes; com amplificação ou proibição; com espelhamento; com intervenção ativa; com interpretação e falsa interpretação; com testes sobre a fala do cliente; com os efeitos de acusações; com encenações; com recordações do passado.

ESTRUTURAS DE COMUNICAÇÃO

O autor volta às contribuições de Freud e Jung sobre a teoria do sinal. Para Freud, os afetos transferenciais consistiam em informações reprimidas; para Jung, os relacionamentos poderiam ser prejudicados por figuras inconscientes de sonhos, enquanto se mantivessem no inconsciente.

Conscientes seriam os processos primários, sinais intencionais, aqueles que se quer comunicar; inconscientes seriam os processos secundários, os não intencionais, os processos primários e secundários que não são percebidos conscientemente.

Faz analogia entre o sinal duplo e o "iceberg"; fala que "somos todos palcos para processos míticos em colisão". Aborda o efeito hipnótico nos relacionamentos provocado pela atenção voltada às informações verbais, e pela não percepção das não intencionais. Essa percepção porém, é registrada inconscientemente, e se transforma em sinal duplo, em comunicação "sonhada".

Num conflito de comunicação pode ser entendido através dos "sonhos" e projeções, onde aparece o sistema de comunicação que permite observar responsabilidades individuais. As pessoas estão "sonhando" a outra e projetando, simultaneamente.

Fala da importância de trabalhar os processos primários e secundários, tanto individuais como da relação, quando se atende casal; ao vivenciarem os sinais duplos, aparece o processo onírico.

CANAIS E SINAIS

Este capítulo aborda os canais e sinais: o terapeuta precisa estar atento, ter percepção para não ficar preso aos conteúdos verbais dos processos primários. Os sinais auditivos informam se há ou não concordância como o que a pessoa está dizendo; podem ser mensagens de figuras oníricas. Os sinais visuais podem ser indicativos de como o indivíduo está se sentindo; mas podem ser sinais inconscientes. Os sinais cinestésicos, como contrações ou tiques, são também organizados por figuras inconscientes; estas não podem identificar alguém. Os sinais mais inconscientes são aqueles comunicados pela sensação interior do corpo; através da propriocepção; esses sinais duplos podem ser detectados por meio do contato, do toque corporal; os sintomas são sinais proprioceptivos, que informam sobre as pessoas à volta, fazem fronteira tanto com a medicina como com a parapsicologia; ele é um sinal que quer sair do pessoal para o coletivo, e, quando isso é compreendido, ocorre mudança de atitude com relação à doença. Além dos sinais individuais, há os que se observa no casal ou grupo, como unidade; são sinais coletivos ou de campo, que mostram como usam o tempo e o espaço.

LIMITES

Aqui é abordada a questão dos limites, que são uma forma de definição das pessoas, vinculados a idéias, sistemas de crenças, identidade pessoal e filosofia de vida.

Em todo problema relacional encontra-se o modo de filtragem seletiva das memórias, cenas, palavras e sentimentos das pessoas; estas não têm noção da seletividade, mesmo tendo percepção da comunicação, e acabam emitindo sinais duplos; junto aos quais está implícito um limite, e é onde mora o problema. Se o limite entre o processo primário (intencional) e o secundário (inconsciente) em crise consciente não for trabalhado, a cisão relacional não se resolverá. Além de compreender, é preciso debater com o próprio sistema interno de crenças para limpar a situação e cruzar os limites. Isso é facilitado através dos sonhos, das doenças, que aparecem bem no limite das pessoas. Os limites e os sinais duplos são partes separadas e desconhecidas umas das outras; daí, a comunicação não flui.

O limite de cada pessoa é tão forte que só lhe permite tomar consciência do mito protegido por ele. A função dessa inconsciência é proteger a consciência da pessoa, sua necessidade de afeto, para realizar-se e completar-se de forma mítica ou metafórica. O limite protege mitos; quando não ultrapassado ou não percebida a realidade do ontem, o limite protege e preserva a inconsciência até que ela se complete por inteiro.

É preciso que ocorram alguns "insights" quando se trabalha com relacionamentos, para que as pessoas vejam, ouçam ou sintam os sinais pelos quais os outros se comunicavam. Estavam presos aos seus sonhos antigos. A inconsciência impede que as pessoas se conheçam, se amem e se comuniquem. Um jeito de lidar com isso é dar continuidade ao sonho ou à fantasia, até que se completem ou se modifiquem. Existe um limite pequeno contra o processo primário e um grande limite entra o processo primário e o secundário. O primário também é mencionado, a pessoa não tem uma consciência muito clara dele. Os sinais primários são, normalmente, originários de processos culturais automáticos, aos quais as pessoas não se manifestam. Se não buscavam suas raízes, não chegarão ao processo seguinte e ao que está por trás dele.

Assim que um limite é transposto vem outro, e outro, no aprofundamento da individualização, na pessoa ou no casal. Os limites desafiam a pessoa a ir até eles, é, à medida que se vai vivendo, surgem muitas dimensões relacionais.

SINAIS DE CASAIS

O autor discute a família e o casal como unidade e os sinais que emitem, tendo como foco as diferenças e incongruências que estão na raiz dos problemas de relacionamento, entre o que a família tenciona fazer junta e o que ocorre não intencional.

O processo primário de uma família é a combinação de suas intenções e suas identidades; estas aparecem como "nós" na fala dos membros. Mesmo estando próximo da consciência, o processo primário não é plenamente consciente. O terapeuta precisa perceber e respeitar isso (o processo primário e seus limites), para poder entender a resistência da família à mudança.

As razões que levam as pessoas à terapia são manifestações centrais do processo primário, e devem ser consideradas pelo terapeuta.

Nos casais, as questões centrais são: relacionamentos extraconjugais, problemas sexuais, separação, tédio e várias outras. Na família, são os "pacientes identificados" que é o processo primário da família. Mesmo identificando o problema inconsciente, o terapeuta não deve ignorar o processo primário, a razão pela qual a família o procurou.

A atenção aos sinais que a família apresenta paralelamente ao assunto em pauta, sejam risadinhas, troca de olhares, movimentos e inquietações, que mostram o processo secundário do grupo, é importante.

Os sinais territoriais, espaços que os membros ocupam, e proximidade que mantêm, dão ao terapeuta as coalizões que se formam no grupo. Todas as declarações e os sinais não intencionais são processo secundário; o que as pessoas dizem, as questões com que comparecem e as declarações que fazem, são processos de grupo primários.

O autor aborda, ainda, o espaço no divórcio, as coalizões que se formam quando a criança está "doente", quando o pai é odiado, família com filhos, a ovelha negra, ausência de limites, heroína, álcool e resignação, de quem é a culpa, filhos e pais, asma infantil, família com adolescentes.

No item aprendendo com as crianças, o autor demonstra, através de um caso, o modo como elas refletem o desconhecido na família, captam, os sinais duplos dos adultos.

É importante averiguar os mitos familiares, que aparecem nos sonhos, fantasias ou acontecimentos da época do conhecimento do casal. A consulta do I Ching também facilita o trabalho de averiguação do processo de um casal.

O TRABALHO COM CASAIS

Esse capítulo aborda o trabalho com casais, onde o autor relato o atendimento a um casal com idade aproximada de 60 anos; ela, psicóloga, reclama do ciúme do marido; este, que ela não se envolve com ele. É preciso localizar os limites que os mantêm distante em seu campo onírico. O homem tem a manifestação de seus sentimentos bloqueada e os projeta na esposa. Os dois têm em comum, evitar dificuldades, tensões, dores, limites similares. A desesperança vem do fato de acharem que o parceiro não pode mudar ou que, se isso ocorrer, vai produzir muita dor. Ela, por ser psicóloga, se acha mais esclarecida que ele e tenta se modificar sem se preocupar com o marido. As mudanças individuais podem ser usadas como escapatória ou para fugir à dor; ela o "sonhava", para desistir.

Tira-se uma conclusão: é que ninguém faz nada de mal ao outro; não há problema que exija solução. No corpo onírico desse casal, as partes primárias que evitam a dor, devem aprender a se comunicar com os sinais duplos; eles precisam desenvolver sua percepção consciente, como partes de uma unidade maior.

Em seguida, relata outros dois casos, para mostrar padrões típicos de relacionamento, seus processos primários e secundários, sintomas, como sinais duplos, sonhos, a amplificação do processo total, o trabalho com limites, o mito dos casais.

PROCESSOS TÍPICOS DE RELACIONAMENTO

Tal como os alquimistas, que trabalhavam com elementos alquímicos que se reuniam e formavam compostos, por se fundirem uns com os outros, as pessoas também se reúnem, lutam, amam, odeiam e se combinam, formando compostos. Inconscientemente, integram-se uns aos outros, e formam uma unidade funcional completa. Depois de algum tempo, ficam parecidos, se identificam com gestos projetados, através de sinais duplos e da integração de figuras oníricas.

A tipologia explica que os relacionamentos começam quando dois tipos opostos se unem; mas podem começar quando duas pessoas têm um sonho compartilhado. O mito "sonha" as pessoas para que se reunam.

Com relação aos vínculos coletivos, o autor, relata que parece que os casais, as famílias e os grupos têm um sonho ou mito por trás; eles são aspectos do tempo, do lugar e do universo em que vivem.

Os limites do mito que um mantém as pessoas unidas são ultrapassados quando o vínculo do início da relação cria um campo de inconsciência. Isso acontece porque a parte mítica incomum que a pessoa tem, e que não tolera, encontra compreensão pelo companheiro; essa parte, integrada às pessoas, faz com que estas tenham menos necessidade umas das outras, ocasionando crises. Aí, torna-se important4e trabalhar os sonhos do início do relacionamento. Os "sonhos" do casal podem sofrer mudanças, de acordo com os novos tempos. As relações sofrem tensões ao terem que alterar tradições familiares, ou ao assumirem culturas diferentes.

É bastante atual a realidade de relações terminarem em separações, causadas pela incapacidade de elaborarem as tensões dos processos de individuação de um ou de ambos, e não por incompatibilidade. E esses problemas aparecerão nos próximos relacionamentos, ocasionando depressão e desesperança.

O autor fala do Tao das relações, da necessidade de tomar consciência da sutil linguagem do corpo onírico, desenvolver a percepção, prestar atencão aos sinais da comunicação.

O CORPO ONÍRICO UNIVERSAL

Neste cap., o autor se propõe discutir sobre os efeitos de campo, corpos oníricos, hologramas e mito do antropos mundial, como estruturas e fatores subjacentes aos relacionamentos. Fala da influência da visão de campo sobre o processo do grupo (ou do casal) como um todo; tanto o funcionamento do casal pode ser um canal para o grupo, como este, ou determinada situação, pode ser um canal para o casal; tal qual o funcionamento do holograma; cada segmento da família ou do casal apresenta o mesmo padrão do todo. Os sonhos e projeções também se encaixam na teoria do holograma. Os papéis que se recebem nas famílias dependem de disponibilidade e de quem compõe essas famílias.

Aborda a teoria do inconsciente coletivo de Jung, que foi responsável pelas idéias não causais na Psicologia; a teoria do antropos (anterior a Jung e ao taoísmo), imagem mitológica, considerada , ao mesmo tempo, o mundo e seu criador, simultaneamente; essa figura influenciaria tanto as estruturas individuais quanto as institucionais. As mudanças que o processo de individuação promovem na pessoa, alteram o sistema familiar; mas esse processo seria uma função do processo geral do corpo onírico ou antropos, o que diminuiria a responsabilidade total das pessoas por alguns comportamentos.

A evolução pessoal ou grupal são semelhantes à do antropos; o indivíduo se desenvolve, enfrenta conflitos, cai, levanta e segue em novas direções; os casais ou grupos se unem, se separam e criam novas maneiras de se relacionarem. Da mesma forma, quando o antropos morre, suas partes se espalham em diversas direções e se relacionam de maneiras diferentes.

Segundo o autor, "o corpo onírico global funciona como um corpo onírico individual, organizando os padrões, sonhos e fantasias das partes individuais".

A ATITUDE DO TERAPEUTA

Aqui, o autor enfoca a atitude do terapeuta, que modifica frente ao conhecimento dos sonhos, dos campos e do antropos; estes são organizadores da vida individual e coletiva. Fala sobre a importância de considerar cada figura onírica, cada sintoma corporal e suas implicações na personalidade toda, quando se trabalha com uma pessoa; com casal ou família, é importante considerar o campo coletivo, pois, ao trabalhar com a pessoa perturbada, esta vai representar o sintoma, usado pelo campo para se expressar. Aborda que é preciso ter como foco o processo e não a solução, sem perder a flexibilidade; às vezes não é possível ser totalmente neutro, daí a necessidade de transitar entre os membros de uma família ou entre os parceiros de um casal. A atenção do terapeuta deve estar voltada no sentido de, ao tomar partido, não ser engolido pelas coalizões, ou não entrar no "sonho" de um membro; ele deve confiar na sabedoria do corpo onírico, que é um antropos que possui sabedoria e inteligência ancestrais; portanto, a tarefa terapêutica é aconselhar e trazer a inconsciência à percepção consciente e deixar que a vida faça o resto. Fala da necessidade de alargar a percepção no atendimento, quando se considerar o casal ou família como uma unidade, com partes interligadas, o que possibilita flexibilizar.

Trabalhar com famílias ou grupo cheio de limites e problemas é estar próximo da tensão e da dor, e o terapeuta pode ser, inconscientemente, absorvido, passando a fazer pela família aquilo que ela própria deveria fazer; isso porque a dor diminui quando a tensão se torna insuportável, obrigando as partes a ultrapassarem seus limites se comunicando.

A atenção do terapeuta sobre seu próprio sentimento, identificando-o, relacionando-o com os sinais e processos de um ou mais ,membros da família, é importante, para não ser pego de surpresa e consiga ajudar o grupo a não se despedaçar.

PSICOLOGIA PLANETÁRIA

Neste cap., o autor fala sobre a influência do corpo onírico no indivíduo e no seu sistema familiar, e o coloca como membro do mundo; daí a importância do trabalho consigo mesmo; a mudança individual provoca mudanças no sistema comunicacional mais próximo, e pode influir numa mudança política mundial. Como coloca o autor, "o mundo é para nós, um canal, uma figura onírica, uma parte de nossa história pessoal, uma expressão de nossas pessoas. Enquanto o sentirmos apenas como força que perturba nosso destino, nunca desenvolveremos em relação a ele, aquele tipo de sentimento necessário para salvá-lo, mediante um trabalho de salvamento pessoal"

O processo de individuação implica em descobrir o mundo, sentí-lo, vê-lo, ouví-lo e ter uma relação com ele, tendo em vista que existe um desenvolvimento pessoal e um planetário, que caminham juntos. O comportamento individual atinge não só os relacionamentos próximos, como também uma comunidade; ter clareza dos próprios sinais duplos e dos sinais dos outros ajuda a utilizar conflitos como fatores de mudanças relacionais bastante ricas.

PONDERAÇÕES

O autor faz, neste cap., ponderações sobre as questões relacionais, conclui que não existem respostas completas e perfeitamente claras, o que sugere aprofundamento nas pesquisas. Prossegue respondendo a dúvidas de leitores.

 

Apreciação pessoal sobre o livro

Apesar da complexidade e de, às vezes, a leitura transitar entre o observável e o invisível, aguça o interesse profissional e pessoal. Tratando-se do ser humano, todo sinal, toda percepção, todo conflito, todo paradóxo, todo movimento, sejam individuais ou relacionais, devem ser respeitados e transformados em processos proveitosos. Da mesma forma o terapeuta, cujo trabalho direcionado ao próprio autoconhecimento, é um constante treinamento.

 

Nome do autor da resenha e data: LIA NANCY GORGATI Curitiba, 27/06/2004.