Resenha de Livro |
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Nome do Livro: |
Pragmática da comunicação humana |
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Autor do Livro: |
P.Watzlawick, Janet H. Beavin, Don D. Jackson |
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Editora, ano de publicação: |
Cultrix / São Paulo 1967 |
Relação dos capítulos
Cap.1- O quadro de referência.
Cap.2- Alguns axiomas conjeturais de comunicação.
Cap.3- Comunicação patológica.
Cap.4- A organização da interação
humana.
Cap.5- Uma abordagem comunicacional da peça
"Quem tem medo de Virginia Woolf?"
Cap.6- Comunicação paradoxal.
Cap.7- Paradoxo em psicoterapia.
Epílogo - O existencialismo e a teoria
de comunicação.
Apanhado resumido sobre cada capítulo
Cap.1- O quadro de referências.
Um fenômeno permanece inexplicável
enquanto o âmbito de observação não for suficientemente
amplo para incluir o contexto em que o fenômeno ocorre.
A comunicação é o veículo
das manifestações observáveis da relação.
A sintaxe abrange os problemas de transmissão de informações.
Seu interesse reside no problema de código, canais, capacidade, ruído,
redundância e outras propriedades estatísticas da linguagem.
A semântica se interessa pelo significado
dos símbolos da mensagem. Toda a informação compartilhada
pressupõe um convenção semântica.
A pragmática da comunicação
afeta o comportamento, isto é, os efeitos comportamentais da comunicação.
Uma relação é estabelecida,
testada num campo tão vasto quanto uma dada contingência permite
e, daí, obtém-se uma abstração que nós a
sustentamos. Isto é idêntico ao conceito matemático de função.
Assim, não são as "coisas", mas as funções
que constituem a essência das nossas percepções, não
são grandezas isoladas, mas "sinais" representando uma ligação,
uma infinidade de posições de caráter semelhante, assim,
a consciência do homem é de funções de relação
em que ele está envolvido.
A questão principal é que os sintomas
interpessoais, grupos de estranhos, pares conjugais, famílias, relações
psicoterapêuticas e até internacionais, podem ser entendidas como
circuitos de retroalimentação, dado que o comportamento de cada
pessoa afeta e é afetado pelo comportamento de cada uma das outras pessoas.
A admissão (imput) num determinado sistema pode ser ampliada e redundar
em mudança ou pode ser neutralizado para manter a estabilidade.
As manifestações de vida acontecem
pela estabilidade e mudança, portanto os mecanismos de retroalimentação
positiva e negativa devem ocorrer nelas em formas específicas de interdependência
ou complementariedade.
Cap.2- Axiomas da Comunicação.
Axioma 1 - A impossibilidade de Não Comunicar
- Um indivíduo não pode não se comportar, porque todo comportamento,
gesto, silêncio, atividade, inatividade, numa situação interacional
tem valor de mensagem, tudo é comunicação.
Axioma 2 - O conteúdo e níveis de
relação da comunicação.
Qualquer comunicação implica um
compromisso e, por conseguinte, define a relação. Uma comunicação
não só transmite informação, mas, ao mesmo tempo,
impõe um comportamento. Segundo Bateson, essas duas operações
acabaram sendo conhecidas com os aspectos de "relato" e de "ordem"
de qualquer comunicação.
O relato transmite os "dados" da comunicação,
a "ordem" diz como essa comunicação deve ser entendida.
Axioma 3 - pontuação da seqüência
de eventos.
Este axioma diz respeito à interação,
a troca de mensagens entre os comunicantes. Para um observador externo, uma
série de comunicação pode ser vista como uma seqüência
ininterrupta de trocas. A pontuação organiza os acontecimentos
comportamentais e a seqüência da pontuação pode ser
positiva ou negativa.
A discordância na pontuação
e a seqüência de eventos são a raiz de inúmeras dificuldades
e lutas em torno das relações. Tomemos como ex. um problema de
casal, em que o marido contribui com retraimento passivo às censuras
críticas e irritantes da mulher. O marido dirá que seu retraimento
é por causa das implicâncias da esposa, enquanto esta, dirá
que esta explicação é uma grosseria e distorção
do que acontece mesmo no casamento, isto é, ela o critica pela sua passividade.
"Eu me retraio porque você implica". "Eu implico porque
você se retrai".
Na psicoterapia conjunta com casais, aparecem
as divergências sobre elementos de uma experiência em comum. Aparecem
as dificuldades de metacomunicar. Essa interação é oscilatória:
sim - não - não - sim. A natureza de uma relação
está na contingência da pontuação das seqüências
comunicacionais entre os comunicantes.
Axioma 4 - Comunicação digital e
analógica.
A comunicação analógica é
toda a comunicação não verbal como: postura, gestos, expressão
facial, inflexão da voz, seqüência, ritmo e cadencia das palavras,
qualquer outra manifestação não verbal.
O homem é o único que usa os modos
analógico e digital de comunicação.
O material da mensagem digital é de um
grau muito mais elevado de complexidade versatilidade e abstração
do que o material analógico.
A linguagem digital tem uma sintaxe lógica
e, portanto é eminentemente adequada à comunicação
no nível de conteúdo.
Os seres humanos comunicam-se digital e analogicamente.
A linguagem digital é uma sintaxe lógica, complexa, poderosa,
mas carente de adequada semântica no campo das relações.
A linguagem analógica possui semântica, mas não tem uma
sintaxe adequada para a definição não ambígua das
relações.
Axioma 5 - interação simétrica
e complementar.
É o axioma que mais se aproxima de conceito
matemático de funções, ou seja, as posições
variáveis dos indivíduos com uma afinidade de valores possíveis,
cujo significado não é absoluto, mas se manifesta somente em relação
de reciprocidade.
As interações simétricas
e complementares são relações baseadas nas igualdades ou
nas diferenças. Na interação simétrica, os parceiros
tendem a refletir o comportamento um do outro, como: fraquezas, maldades, força,
bondade, características de igualdade e ou de minimização
das diferenças.
Na interação complementar, o comportamento
de um parceiro complementa o do outro e baseia-se na maximalização
da diferença.
Numa posição complementar um parceiro
ocupa a posição superior, primária e o outro a correspondente
posição inferior, secundária. Este tipo de relação
pode ser estabelecido entre pais - filho, médico - cliente, terapeuta
- cliente. Em caso de parceiros, um não impõe ao outro relação
complementar, mas comporta-se de maneira que pressupõe o comportamento
do outro, e ao mesmo tempo, fornece razão para tal comportamento. As
respectivas definições de relação encaixam-se mutuamente.
Cap.3- Comunicação Patológica.
Axioma 1
- É impossível não comunicar;
- Rejeição da comunicação.
- Aceitação da comunicação
-
- Desqualificação da comunicação
- as desqualificações abrangem as declarações contraditórias,
as incoerências, as mudanças bruscas de assunto, as tangencializações,
as frases incompletas, as interpretações errôneas, maneirismos
de fala, interpretações literais de metáforas.
O sintoma como comunicação.
A teoria da comunicação concebe
um sintoma, uma mensagem não- verbal:
- não sou eu que não quer (ou quer)
fazer isto; é algo fora do meu controle; por Ex: os meus nervos, a minha
ansiedade, a minha doença, a minha vida deficiente, o álcool,
o modo como fui criada, a minha mulher, meu marido.
Axioma 2
A estrutura dos níveis de comunicação.
Conteúdo e Relação.
O fenômeno em desacordo fornece referências
para o estudo dos distúrbios de comunicação devidos à
confusão entre conteúdo e relação. O desacordo pode
surgir no nível de conteúdo ou no de relação, as
duas formas dependem um da outra. O desacordo trás a tona poder, status,
disputas, que se não for explicitado e metacomunicado terá alguns
problemas. Ex: marido sozinho em casa, recebe um telefonema de um amigo que
iria até sua cidade, este o convidou para ficar hospedado em sua casa,
certo de que sua mulher teria feito o mesmo, teria satisfação
em recebe-lo também. A esposa chega e os dois discutem por causa do convite
que o marido fez em sua ausência, ou melhor, sem este ter a consultado.
Numa sessão de casal, ficaram assustados ao concordarem que convidar
o amigo era a coisa mais apropriada, na ocasião.
Neste caso, havia dois pontos envolvidos na disputa: um envolvia o curso apropriado
de ação numa questão prática, isto é, o convite.
Este podia ser comunicado digitalmente; o outro, dizia respeito às relações
entre os comunicantes - a questão de quem tinha o direito de tomar a
iniciativa sem consultar o outro, não podia ser resolvido em termos digitais.
O desacordo que esse casal cometeu em sua comunicação, discordava
no nível metacomunicacional (relação), mas tentaram resolver
o desacordo no nível de conteúdo, onde ele não existia,
o que levou a pseudodesacordos.
Outro Ex: o marido conseguiu descobrir em terapia
de casal a diferença entre conteúdo e relação. Ele
e a mulher tinham muitas e violentas alterações simétricas,
questões como que estava ou não certo, e questões a respeito
de algum assunto de conteúdo trivial. Um dia, a esposa conseguiu prová-lo
de que ele estava errado com provas contundentes, então o marido retorquiu;
"Bom, você pode Ter razão, mas está errada porque está
discutindo comigo".
Outro Ex: Se for verdade que o "urânio"
tem "92 elétrons" apenas um químico pode responder e
resolver. Prova que um dos contestantes está certo e o outro errado.
Neste caso o primeiro resolve o desacordo no nível
de conteúdo, e o outro cria um problema de relação. Para
resolver este problema, os dois, não podem continuar falando sobre átomos,
têm de começar a falar sobre eles próprios e suas relações.
Devem chegar a uma definição de suas relações simétricas
ou complementares, por ex: o que estava errado pode admitir e resolver "ir
à forma" na próxima ocasião possível, a fim
de restabelecer a igualdade ou pode continuar querendo ficar por cima justificando
que os jornais erraram o número 92, ou seja, tentar provar o contrário.
Na sociedade humana, em todos os níveis,
as pessoas confirmam-se entre si, pois o homem tem de se comunicar com os outros
para ganhar consciência do se próprio EU. Portanto, confirmação,
rejeição ou desconfirmação são respostas
possíveis em uma comunicação. A rejeição,
embora penosa, pressupõe o reconhecimento limitado, uma forma de confirmação.
Certas formas de rejeição podem ser até construtivas, já
a desconfirmação é mais importante, tanto do ponto de vista
pragmático e do psicológico. A desconfirmação quando
encontramos na comunicação patológica, deixa de se interessar
pela verdade ou falsidade - se acaso exista tais critérios - da definição
de EU ou de P, mas, nega a realidade de P, como fonte de tal definição.
A rejeição equivale à mensagem "você não
existe", a confirmação e rejeição do EU e do
outro se iguala aos conceitos de verdade e falsidade respectivamente, enquanto
a desconfirmação corresponde ao conceito de indecisão,
como exemplo famílias de esquizofrênicos.
Axioma 3
Pontuação da seqüência
de eventos.
As discrepâncias de seqüência
de eventos ocorrem em todos aqueles casos em que, pelo menos um dos comunicantes
não possui a mesma soma de informações do outro, mas não
o sabe, por ex: Ivo telefona para Cláudia, ela não está,
deixa recado para ela responder. Depois de algum tempo Ivo não recebe
retorno e conclui que ela o ignorou. Cláudia sente-se ofendida porque
Ivo não liga. Decorrido algum tempo descobre que Ivo ligou e deixou recado
pedindo retorno, só que Cláudia não recebeu o recado. A
hostilidade silenciosa nesse caso pode durar para sempre, a menos que investiguem
e metacomuniquem-se.
Por outro lado é gratuito supõe
não só que o outro tenha o mesmo montante de informação
quanto o próprio, mas também, que o outro deve extrair as mesmas
conclusões dessa informação. O que observamos em todos
os casos de comunicação patológica, é que existe
círculo vicioso que não podem ser interrompidos a menos que (
e até que ) a própria comunicação se converta no
sujeito de comunicação, isto é, até que os sujeitos
estejam aptos a metacomunicarem, mas para fazê-lo, precisam sair do círculo
vicioso.
A pontuação discrepante leva diferentes
idéias de realidades, incluindo a natureza das relações
nos conflitos interpessoais. Ex: marido ao terapeuta: a minha longa experiência
ensinou-me que, se eu quiser paz em casa não devo interferir com o modo
com que ela quer as coisas. Esposa: isso não é verdade... Eu gostaria
que você demonstrasse um pouco mais de iniciativa e, pelo menos, tomasse
alguma decisão uma vez por outra, porque...Marido interrompendo: você
nunca me deixou fazer isso. Por ex: uma pessoa que atua de acordo com a premissa
"ninguém gosta de mim", comporta-se de uma maneira desconfiada,
defensiva ou agressiva, à qual os outros, presumivelmente, reagem de
modo antipático, assim corroborando a premissa inicial.
Observamos que o comportamento interpessoal mostra
um tipo de redundância e que tem um efeito complementar nos outros, forçando-os
a adotar certas atitudes específicas. O que há de típico
na seqüência a torna um problema de pontuação, é
que o indivíduo em questão só se concebe reagindo a essas
atitudes e não o provocando.
Axioma 4
Erros na tradução entre material
analógico e digital.
O erro na tradução entre digital e analógico está
em que as pessoas pressupõem que o outro possui o código ou pressupõem
que o outro tenha a mesma função analógica, por isso, o
acréscimo de dados possibilita a passagem digital para o analógico,
"enseja essa tradução".
Ex: no casamento, cada um vem com um bagagem analógica
e mantém o seu comportamento o que vira guerra na família. O adequado
é formar um padrão analógico específico daquele
casal e da família. Ex: o natal, padrão analógico, não
significa amor, união, paz, nascimento de Jesus para algumas famílias.
Axioma 5
Patologia da interação simétrica
e complementar.
Em comunicação tanto a simetria
quanto a complementariedade não são intrinsecamente "boas
ou mas", "normais ou anormais", etc. Ambas tem funções
importantes sobre o que se conhece sobre relações saudáveis.
Poderemos concluir que ambas ( simetria e complementariedade) devem estar presentes
tanto em mutuas alterações ou operações em diversas
áreas.
Numa relação simétrica há
o perigo da competitividade - disputas e brigas entre indivíduos e nações,
é o desequilíbrio na escalada simétrica.
Nos conflitos maritais, é fácil
observar como os esposos passam por um padrão de escalada da frustação,
até que param finalmente, em virtude de uma pura exaustão física
e emocional e mantém uma trégua instável até estarem
suficientemente refeitos para o ataque seguinte, assim a patologia na interação
simétrica caracteriza-se por uma guerra mais ou menos aberta.
Numa relação simétrica saudável,
os parceiros são capazes de se aceitarem mutuamente, tais quais são,
o que leva ao respeito recíproco e à confiança no respeito
ao outro, isto equivale à confirmação realista e mutua
de seus respectivos Eus. Quando uma relação simétrica se
desintegra, observamos habitualmente a rejeição, mais do que a
desconfirmação do Eu do outro.
As patologias nas relações complementares
tendem a equivaler-se mais a desconfirmação do que a rejeição
do Eu do outro.
Cap.4- A organização da
interação humana.
A Teoria Geral de Sistemas proporciona-nos uma
compreensão íntima da natureza dos sistemas interacionais. A interação
pode ser considerada como um sistema. A Teoria
Geral de Sistemas não é só de sistemas, é também
de sistemas biológicos, econômicos ou mecânicos. Quem decide
quais são as relações importantes e quais as triviais é
a pessoa que trata do problema, por isso, o que é importante não
é o conteúdo da comunicação, mas o aspecto relacional
da comunicação humana. Portanto, os sistemas interacionais serão
dois ou mais comunicantes no processo de (ou no nível de ) definição
da natureza de suas relações.
A própria fluidez e flexibilidade desse
conceito de sistema - meio, ou de sistema - sistema explicará em boa
parte o poder da teoria de sistemas no estudo dos sistemas vivos (orgânicos)
sejam eles biológicos, psicológicos ou interacionais, pois os
sistemas orgânicos são abertos, significando que eles permutam
materiais, energias ou informações com seus meios.
As propriedades dos sistemas abertos.
Globalidade: todo e qualquer parte de um sistema
está relacionado de tal modo com as demais partes que uma mudança
numa delas provocará uma mudança em todas as partes e no sistema
total, isto é, um sistema comporta-se não como um simples conjunto
de elementos independentes, mas como um todo coeso e inseparável.
Retroalimentação: (feed back) com
o advento da cibernética e a descoberta da retroalimentação
viu-se que a relação circular é altamente complexa e diferente,
mas não menos científico do que as mais simples e ortodoxas noções
causais.
Retroalimentação e circularidade
constituem o adequado modelo causal para uma teoria de sistemas interacionais.
Equifinalidade: este princípio significa
que os mesmos resultados podem brotar de diferentes origens porque a natureza
da organização é que é definida.
Sistemas interacionais em desenvolvimento.
Os sistemas interacionais são considerados
o foco natural para o estudo do impacto pragmático em longo prazo e dos
fenômenos comunicacionais. A limitação em geral, e o desenvolvimento
de regras familiares, em particular levam a uma definição e ilustração
da família como um sistema governado por regras.
A família como um sistema.
A teoria das regras de família ajusta-se
à definição inicial de um sistema como estável a
respeito de algumas de suas variáveis tenderem a permanecer dentro de
limites definidos; de fato, isto sugere uma análise mais formal da família
como sistema. Tal modelo de interação familiar foi proposto por
Jackson quando apresentou o conceito de homeostase familiar, este opera para
restabelecer o delicado equilíbrio do sistema perturbado.
Globalidade.
O comportamento de todo indivíduo, dentro
da família está relacionado com (e depende do) comportamento de
todos os outros. Todo comportamento é comunicação e, portanto,
influencia e é influenciado por outros. A mudança para melhor
ou pior no doente identificado, usualmente, tem um efeito sobre os outros membros
da família.
Não - somatividade.
A análise de uma família não
é a soma das análises dos seus membros individuais. Existem características
do sistema, isto é, padrões de interação, que transcendem
as qualidades dos membros individuais.
Retroalimentação e homeostase.
Algumas famílias podem absorver grandes
reveses e convertê-los até em motivos de reagrupamento e solidariedade;
outras parecem incapazes de suportar a crise mais insignificante.
A interação humana é descrita
como um sistema de comunicação, caracterizado pelas propriedades
dos sistemas gerais: o tempo como variáveis relações sistema-subsistema,
globalidade, retroalimentação e equifinalidade. Os sistemas interacionais
são considerados o foco natural para o estudo do impacto pragmático
a longo prazo dos fenômenos comunicacionais. A limitação
em geral, leva a uma definição e ilustração da família
como um sistema governado por regras.
Cap.5- Uma abordagem comunicacional da
peça "Quem tem medo de Virginia Woolf?".
Resumo: Já deve estar esclarecido, nesta
altura, que a descrição mesmo de um sistema familiar bastante
simples, artificial, requer uma considerável elaboração,
pois as variações no conteúdo, a partir de meia dúzia
de regras de relação, são inúmeras e, com freqüência,
muito detalhadas.
Cap.6- Comunicação paradoxal.
O paradoxo é definido como uma contradição
lógica que resulta de uma dedução coerente de premissas.
São citados três tipos de paradoxo: lógico-matemático,
semântico e pragmático. O último é o de maior interesse,
em virtude de suas implicações, para comportamentos humano.
Os paradoxos pragmáticos distinguem-se
da simples contradição, especialmente na escolha de uma solução
nesta última, mas que não é possível sequer na primeira.
As duas espécies dos paradoxos pragmáticos são as injunções
paradoxais ( dupla vinculação) e as previsões paradoxais.
Cap.7- O paradoxo em psicoterapia.
O pedido do cliente é sempre paradoxal,
e este padrão tem a impossibilidade de gerar qualquer mudança
de dentro para fora. Uma mudança ocorre somente no caso de se sair do
padrão. Por ex: marido austero e moralista se orgulha de seu estilo ascético.
Neste casal a esposa reluta em parar de tomar um aperitivo antes do jantar,
cujo marido é abstêmico, causa repulsa e tem sido o tema de intermináveis
discussões desde o início de sua vida matrimonial. Após
dois anos o marido em um acesso de cólera disse à esposa "se
você não abandonar este vício, eu arranjarei outra",
acrescentando que teria casos com outras mulheres. Isto não provocou
mudança no padrão de suas relações mútuas
e, alguns meses depois, o marido decidiu permitir que continuasse com a hábito,
a fim de ter paz em casa. Isto desencadeou ciúmes na esposa, com o seguinte
fundamento lógico: ele é inteiramente digno, de confiança,
portanto, deve estar cumprindo a sua ameaça de ser infiel, isto é,
indigno de confiança. Por outro lado o marido está igualmente
colhido na teia de sua previsão paradoxal, não pode tranqüilizá-la
convincentemente, pois foi uma ameaça impulsiva, num momento de cólera,
que não deve ser levado a sério. Ambos se apercebem que estão
presos numa armadilha que eles próprios armaram, mas não vêem
como sair dela. Neste caso o casal estava colhido num jogo sem fim, cuja regra
básica era a afirmação, por parte do marido de ter idoneidade
absoluta, e a aceitação completa, por parte da mulher, dessa auto-afirmação.
Neste jogo, de relação surgiu um paradoxo irreversível
no momento em que o marido prometeu ser infiel. A natureza irreversível
da situação reside no fato de que, com qualquer outro jogo sem
fim, também este era governado por regras, mas carecia de meta - regras
para modificar as suas regras.
Pode-se dizer que uma intervenção
terapêutica consiste na formação de um novo e ampliado sistema
( marido, esposa e terapeuta), em que não só é possível
ver de fora o antigo sistema ( a díade conjugal), mas em que o terapeuta
pode também utilizar o poder do paradoxo para produzir melhoras; o terapeuta
pode impor a esse novo jogo de relações aquelas regras que considere
apropriada aos seus objetivos terapêuticos.
Cap.8- O existencialismo e a teoria de
comunicação humana: Uma Perspectiva.
As coisas são aquilo que vemos e construímos;
o homem é o sujeito e o objeto de sua busca.
Apreciação pessoal sobre o livro
A comunicação é um veículo
das várias manifestações observáveis da relação.
Seu interesse reside no problema de códigos,
canais, capacidades, ruídos, redundâncias e outras propriedades
estatísticas da linguagem. Detém-se no aspecto da impossibilidade
de não comunicar, mostra conteúdos e níveis da relação
de comunicação, da pontuação e seqüência
de eventos, da comunicação digital e analógica, da interação
simétrica e complementar, como também relata o paradoxo da comunicação
humana.
A pragmática da comunicação
afeta o comportamento, isto é, os efeitos comportamentais da comunicação.
Nome do autor da resenha e data: Glaci Maria A Amaral - set/2000.